As obras da Ponte Bioceânica, que conectará as cidades de Porto Murtinho (Brasil) e Carmelo Peralta (Paraguai), encontram-se paralisadas há 43 dias devido à exigência da Receita Federal Brasileira (RFB) para a apresentação da documentação fiscal dos materiais de construção. A situação foi revelada pelo engenheiro geral do consórcio Pybra, responsável pela obra, Paulo Leitão, ao Correio do Estado.

A RFB solicitou a documentação até 20 de janeiro de 2024, referente aos materiais importados do Paraguai. Leitão esclareceu que a resposta foi protocolada em 19 de janeiro, e aguardam a liberação para retomar as atividades. Não há penalidades, apenas uma solicitação de esclarecimentos para garantir a legalidade dos materiais.

O engenheiro paraguaio, Panfilo Benitez, faz um apelo para uma rápida resolução do impasse, destacando a importância de cumprir o cronograma para evitar atrasos na conclusão da ponte.

Apesar da paralisação no lado brasileiro, as obras continuam no lado paraguaio, e, segundo dados do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC), o progresso global atingiu 43,6%. Atualmente, o foco está nas lajes dos viadutos de acesso e na fabricação de pré-lajes.

A Ponte Bioceânica, parte essencial da Rota Bioceânica, ligará as cidades de Porto Murtinho e Carmelo Peralta, contribuindo para a integração do Brasil ao Oceano Pacífico. O investimento previsto é de R$ 472,4 milhões, com prazo de conclusão de 26 meses, e incluirá a pavimentação de um trecho de 13 km.

A construção da ponte é realizada pelo Consórcio PYBRA, financiado pela Itaipu Binacional, e gerido pelo Consórcio Prointec sob a gestão do MOPC. O projeto faz parte da Rota Bioceânica, que será o primeiro dos cinco corredores internacionais a ser entregue, conectando o Brasil ao mercado asiático e ao Oceano Pacífico.

Apesar do impasse nas obras, o governo brasileiro busca fortalecer as relações bilaterais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o presidente paraguaio, Santiago Peña, para discutir questões relacionadas à Usina de Itaipu, em Porto Murtinho.

Ainda não há uma data definida para o encontro, que será a primeira visita de Lula a Mato Grosso do Sul. A construção da Rota Bioceânica representa um novo caminho para os mercados sul-mato-grossenses e brasileiros, encurtando a distância até o Oceano Pacífico e promovendo a integração regional.