“O Avesso da Pele”, livro será reintegrado às escolas estaduais de MS

| Créditos: Capa do livro O Avesso da Pele

Após um período conturbado marcado por debates e protestos sobre o conteúdo do livro "O Avesso da Pele", a Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul anunciou que a obra será devolvida às bibliotecas das escolas da rede pública. O livro foi recolhido anteriormente devido a críticas sobre o seu vocabulário, considerado inapropriado para os estudantes. De acordo com a Secretaria, após uma análise realizada pela equipe técnica, o processo de reintegração do livro está em andamento, com orientações pedagógicas sobre seu uso.

Das 349 unidades escolares da rede estadual, 75 já haviam recebido o livro. Entretanto, não foi esclarecido se as demais escolas também receberão os exemplares agora que a obra foi liberada. Além disso, as orientações específicas para os professores quanto ao uso do material não foram detalhadas pela Secretaria.

A deputada estadual Gleice Jane (PT) tentou solicitar explicações ao governo estadual sobre o destino dos exemplares, mas a resposta só veio posteriormente, durante a tarde. A polêmica em torno do livro parece longe de terminar, com o Legislativo levantando questões sobre seu conteúdo e cobrando ações do Governo do Estado.

O deputado estadual Zé Teixeira (PSDB) se recusou a assinar o requerimento da colega, expressando sua opinião de que o livro não seria adequado para menores de idade. A discussão sobre a adequação do livro ganhou destaque quando o deputado Rinaldo Modesto criticou a obra, chamando-a de "nojenta" devido às "expressões impróprias" para menores de 18 anos.

"O Avesso da Pele", escrito por Jeferson Tenório, faz parte do Programa Nacional do Livro e do Material Didático do Ministério da Educação desde 2022. A obra tem sido alvo de controvérsias devido ao uso de linguagem considerada vulgar e abordagem explícita de temas relacionados ao sexo. Apesar disso, o livro foi vencedor do Prêmio Jabuti e está presente em listas de leitura obrigatória de vestibulares renomados, como o do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Embora tenha sido alvo de críticas em diversos estados, o livro continua a ser debatido e utilizado em diferentes contextos educacionais no Brasil.

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