Novas tarifas dos EUA provocam temor global e queda nas Bolsas
- porRedação
- 09 de Abril / 2025
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| Créditos: Infomoney
Entraram em vigor nesta quarta-feira (9), à meia-noite no horário de Washington (1h de Brasília), as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a quase 60 países, incluindo uma sobretaxa de 104% sobre produtos chineses. A medida, que atinge também os 27 países da União Europeia (com taxa de 20%) e o Vietnã (46%), aumentou os temores de uma escalada na guerra comercial e derrubou os mercados financeiros internacionais.
A China prometeu reagir com firmeza. "Vamos continuar adotando medidas para salvaguardar nossos direitos", declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. Apesar do tom combativo, Pequim ainda sinaliza disposição para o diálogo com Washington.
As Bolsas asiáticas fecharam em forte queda: o índice Nikkei caiu 3,93%, Taipé recuou 5,8% e Seul, 1,73%. O iene valorizou 0,7% frente ao dólar. Na Europa, os mercados abriram em baixa: Paris caiu 2,84%, Frankfurt 2,37% e Londres 2,31%. O petróleo chegou ao menor valor em quatro anos, cerca de US$ 60 o barril.
A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) pediu “coragem” para enfrentar os riscos da guerra comercial. Em meio ao cenário de instabilidade, o presidente Donald Trump afirmou estar aberto a acordos “sob medida” com os países afetados.
Na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conversou com o premiê chinês, Li Qiang, e defendeu medidas para evitar uma escalada. A União Europeia pode reagir com tarifas de 25% a produtos dos EUA, mas pretende poupar o bourbon, temendo represálias contra vinhos europeus.
Especialistas alertam para impactos negativos na economia global, com riscos de inflação, desemprego e desaceleração. O secretário-geral da ONU, António Guterres, demonstrou preocupação com os efeitos da crise nos países em desenvolvimento.