“Não ordenei o assassinato de Marielle”, defende-se Domingos Brazão

Domingos Brazão, apontado como um dos mandante do assassinato de Marielle | Créditos: Reprodução

Em uma entrevista concedida ao Metrópoles, Domingos Brazão, político com uma longa trajetória no cenário político do Rio de Janeiro e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCRJ), refutou veementemente as acusações que o vinculam ao caso Marielle Franco, uma investigação que se arrasta há mais de três anos e ganhou novo fôlego com a entrada da Polícia Federal em 2023.

A temperatura em torno de Brazão aumentou após a notícia de que o PM reformado Ronnie Lessa o teria delatado como mandante do assassinato da vereadora em 2018, crime que também vitimou seu motorista, Anderson Gomes. Vale destacar que a delação ainda não foi homologada pela Justiça.

Em meio a uma situação que ele classifica como um drama injusto, Brazão afirmou em entrevista exclusiva ao Metrópoles na tarde de terça-feira (23/1) que essa acusação não o perturba mais. Para o político, a legenda do PSol seria a principal beneficiária do trágico evento. Membro de uma família de políticos, ele nega qualquer relação com Lessa, Élcio (que confessou ter dirigido o carro no dia do crime) e a própria Marielle, além de refutar vínculos com milicianos.

Brazão declarou não temer as investigações, sugerindo que seu nome pode ser utilizado como parte de uma estratégia para proteger alguém relacionado ao crime. Ele levanta a possibilidade de a Polícia Federal também estar envolvida em um plano para provocar impacto midiático, indicando que as autoridades podem ter uma linha de investigação surpreendente.

Ao ser questionado diretamente se ordenou a morte de Marielle Franco, Brazão foi enfático: "Nem ela nem ninguém, graças a Deus. Eu nem conheci a Marielle Franco. Fui conhecer a Marielle Franco após esse trágico assassinato aí."

O político negou conhecer Élcio e Lessa, destacando que sua última eleição foi em 2014, sugerindo que essas figuras surgiram em Jacarepaguá após esse período. Ele também refutou qualquer ligação com milicianos, destacando ter sido investigado repetidas vezes nesse sentido.

Diante de rumores sobre seu nome ter sido citado em delações, Brazão respondeu que não tem conhecimento se isso realmente ocorreu e, se sim, desconhece as intenções por trás dessas menções. Ele reforçou não estar preocupado, confiando na justiça e desafiando as autoridades a identificar quem estão protegendo ao citar seu nome.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de líderes do PMDB estarem envolvidos no caso Marielle como retaliação a Marcelo Freixo, Brazão rejeitou veementemente essa hipótese, argumentando que não faz sentido procurá-lo para cometer um crime. Ele também negou qualquer inimizade com Freixo, destacando encontros amigáveis em eventos sociais.

Brazão desqualificou a teoria de que Freixo teria incentivado a prisão de Jorge Picciani pela Lava Jato, afirmando que Picciani sempre prestigiou o colega do PSol. Ele sugeriu que tais teorias têm motivações eleitorais e visam prejudicar sua imagem política.

O político concluiu ressaltando que o PSol foi o principal beneficiário da morte de Marielle, enquanto ele nega qualquer envolvimento nos acontecimentos.

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