Uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), desmantelou um esquema de sonegação fiscal envolvendo uma empresa de cigarros com atuação em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pernambuco. A ação, deflagrada na quarta-feira (8), revelou que a empresa deixou de recolher cerca de R$ 152 milhões em tributos nos últimos cinco anos, período em que faturou aproximadamente R$ 1 bilhão.

As investigações apontaram que o patrimônio da empresa estava em nome de terceiros, o que dificultava a cobrança dos impostos devidos. O proprietário do grupo, segundo o MPSP, sequer figurava como sócio da empresa, utilizando diversos CNPJs para ocultar a origem do patrimônio e dificultar o rastreamento dos recursos.

De acordo com o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, o suspeito investia em obras de arte e no setor agropecuário com o dinheiro obtido ilicitamente. "Não é mais possível tolerar que a sociedade seja desafiada pelo crime, inclusive de ordem fiscal, que causam malefícios a quem quer empreender", afirmou.

A Operação Narmer, como foi batizada, identificou a geração de créditos espúrios por meio da criação de empresas "laranjas", que deveriam recolher impostos, mas não o faziam. Mandados foram cumpridos em Pernambuco e São Paulo.