MPMS investiga transporte de eucalipto pela Estrada-Parque Piraputanga

| Créditos: Suzano/Divulgação

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) iniciou uma investigação sobre o transporte de eucalipto pela Estrada-Parque Piraputanga, realizada pela Suzano. A ação visa apurar possíveis irregularidades ambientais e jurídicas relacionadas ao uso da via turística para o tráfego de tritrens carregados de madeira. O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) também está sob escrutínio no processo.

O inquérito, instaurado pela promotoria de Dois Irmãos do Buriti e encaminhado à 34ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, pretende avaliar os impactos ambientais, turísticos e culturais causados pela atividade da Suzano na região. A denúncia, baseada em relatos de ambientalistas, sugere que a empresa optou pela MS-450 como rota de transporte, visando economizar tempo, apesar de outras opções estarem disponíveis.

As investigações devem esclarecer se o transporte de eucalipto foi devidamente autorizado pelo Imasul, se houve consulta à direção do órgão e se existe um plano de manejo para a unidade de conservação. Além disso, a empresa Suzano será notificada para ciência dos fatos.

A Agesul, responsável pela autorização do tráfego das carretas gigantes, não está incluída nas investigações preliminares do MPMS.

Conforme apurado pelo Midiamax , Ambientalistas expressam preocupação com o uso da Estrada-Parque para transporte de eucalipto

Ambientalistas têm manifestado preocupação com o uso da Estrada-Parque Piraputanga para o transporte diário de eucalipto pela Suzano. Segundo eles, a empresa poderia evitar o tráfego pesado de tritrens na MS-450, preservando a natureza turística da via.

A denúncia levantada pelo SOS Pantanal alerta para os impactos negativos do aumento do tráfego de caminhões na região. Eles destacam que o transporte de madeira pela Estrada-Parque interfere diretamente no turismo e na biodiversidade local.

Além disso, questiona-se a falta de consulta prévia à comunidade e a ausência de mudanças significativas no processo de autorização da unidade de conservação.

| Créditos: Reprodução e Edemir Rodrigues/Governo de MS

Plano de manejo e preocupações ambientais

Um ambientalista com vasta experiência na região afirmou que o plano de manejo já estava concluído quando a Suzano iniciou suas operações. Ele ressalta a necessidade de revisão das estratégias de conservação frente à nova realidade imposta pelo transporte de eucalipto.

Outra preocupação é o impacto socioambiental nos distritos afetados diretamente, como Palmeiras, Piraputanga e Camisão. A presença constante de tritrens na estrada gera reclamações da comunidade, que se queixa de sujeira, ruído e risco de acidentes.

Ambientalista alerta para riscos na segurança viária e no meio ambiente

O transporte de eucalipto pela Estrada-Parque também é visto como um estímulo ao mau comportamento dos motoristas, segundo um ambientalista. Ele aponta para a possibilidade de acidentes devido ao aumento do tráfego de caminhões na região.

O plano de manejo, segundo ele, é fundamental para avaliar os impactos socioambientais da atividade e recomendar medidas de mitigação a longo prazo.

Empresa responde às preocupações

Em resposta às preocupações levantadas, a Suzano destacou sua política de diálogo transparente com as comunidades e autoridades locais. A empresa afirma que adotou medidas adicionais para garantir a segurança e a sustentabilidade de suas operações na região.

A operação na MS-450 foi submetida a todas as autorizações legais, e a empresa está aberta ao recebimento de sugestões e críticas por meio de seu canal de ouvidoria.

A situação permanece em investigação enquanto as partes envolvidas buscam encontrar soluções que conciliem os interesses ambientais e econômicos da região.

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