MPMS investiga transporte de eucalipto pela Estrada-Parque Piraputanga
- porRedação
- 08 de Abril / 2024
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| Créditos: Suzano/Divulgação
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) iniciou uma investigação sobre o transporte de eucalipto pela Estrada-Parque Piraputanga, realizada pela Suzano. A ação visa apurar possíveis irregularidades ambientais e jurídicas relacionadas ao uso da via turística para o tráfego de tritrens carregados de madeira. O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) também está sob escrutínio no processo.
O inquérito, instaurado pela promotoria de Dois Irmãos do Buriti e encaminhado à 34ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, pretende avaliar os impactos ambientais, turísticos e culturais causados pela atividade da Suzano na região. A denúncia, baseada em relatos de ambientalistas, sugere que a empresa optou pela MS-450 como rota de transporte, visando economizar tempo, apesar de outras opções estarem disponíveis.
As investigações devem esclarecer se o transporte de eucalipto foi devidamente autorizado pelo Imasul, se houve consulta à direção do órgão e se existe um plano de manejo para a unidade de conservação. Além disso, a empresa Suzano será notificada para ciência dos fatos.
A Agesul, responsável pela autorização do tráfego das carretas gigantes, não está incluída nas investigações preliminares do MPMS.
Conforme apurado pelo Midiamax , Ambientalistas expressam preocupação com o uso da Estrada-Parque para transporte de eucalipto
Ambientalistas têm manifestado preocupação com o uso da Estrada-Parque Piraputanga para o transporte diário de eucalipto pela Suzano. Segundo eles, a empresa poderia evitar o tráfego pesado de tritrens na MS-450, preservando a natureza turística da via.
A denúncia levantada pelo SOS Pantanal alerta para os impactos negativos do aumento do tráfego de caminhões na região. Eles destacam que o transporte de madeira pela Estrada-Parque interfere diretamente no turismo e na biodiversidade local.
Além disso, questiona-se a falta de consulta prévia à comunidade e a ausência de mudanças significativas no processo de autorização da unidade de conservação.
| Créditos: Reprodução e Edemir Rodrigues/Governo de MS
Plano de manejo e preocupações ambientais
Um ambientalista com vasta experiência na região afirmou que o plano de manejo já estava concluído quando a Suzano iniciou suas operações. Ele ressalta a necessidade de revisão das estratégias de conservação frente à nova realidade imposta pelo transporte de eucalipto.
Outra preocupação é o impacto socioambiental nos distritos afetados diretamente, como Palmeiras, Piraputanga e Camisão. A presença constante de tritrens na estrada gera reclamações da comunidade, que se queixa de sujeira, ruído e risco de acidentes.
Ambientalista alerta para riscos na segurança viária e no meio ambiente
O transporte de eucalipto pela Estrada-Parque também é visto como um estímulo ao mau comportamento dos motoristas, segundo um ambientalista. Ele aponta para a possibilidade de acidentes devido ao aumento do tráfego de caminhões na região.
O plano de manejo, segundo ele, é fundamental para avaliar os impactos socioambientais da atividade e recomendar medidas de mitigação a longo prazo.
Empresa responde às preocupações
Em resposta às preocupações levantadas, a Suzano destacou sua política de diálogo transparente com as comunidades e autoridades locais. A empresa afirma que adotou medidas adicionais para garantir a segurança e a sustentabilidade de suas operações na região.
A operação na MS-450 foi submetida a todas as autorizações legais, e a empresa está aberta ao recebimento de sugestões e críticas por meio de seu canal de ouvidoria.
A situação permanece em investigação enquanto as partes envolvidas buscam encontrar soluções que conciliem os interesses ambientais e econômicos da região.