MP denuncia grupo por fraudes em regularização fundiária envolvendo servidores e cartório em Coxim

| Créditos: Foto: Divulgação/MPE


O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou sete pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa que fraudava processos de regularização fundiária em Coxim. A denúncia é resultado da Operação Grilagem de Papel.

No centro do esquema está Rodrigo Ferreira Lima, ex-gerente de Receita e Tributação da Prefeitura, apontado como líder do grupo que utilizava a estrutura pública para se apropriar ilegalmente de terrenos e obter lucros indevidos.

Segundo os promotores responsáveis, a organização atuava de forma estruturada e dividida em dois núcleos: um focado na grilagem de terrenos e outro na cobrança de propina em troca de certidões de regularização fundiária (CRFs) simuladas. Para isso, eram utilizados documentos ideologicamente falsos e procedimentos administrativos fictícios.

Além de Rodrigo, foram denunciados:

Márcio Rodrigues da Silva, escrivão cedido à Procuradoria Jurídica, que identificava imóveis para fraude e atuava junto ao cartório;

Thiago Cruz Cassiano da Silva, gerente de Habitação, responsável por montar os procedimentos falsos e emitir CRFs irregulares;

Rodrigo de Amorim Melo, servidor da Gerência de Receita e Tributação, que inseria dados falsos no sistema municipal;

Heverton Furtado Simões, registrador substituto, que garantiu registros fraudulentos e recebeu R$ 20,5 mil em repasses;

Ivaldir Adão Albrecht Júnior, amigo de Rodrigo, intermediava interessados e repassava valores;

Ernandes José Bezerra Júnior, advogado e sobrinho de Ivaldir, também atuava nas articulações externas da organização.

Conforme o MPMS, o grupo usava sistemas públicos, mapas e dados do cartório para forjar registros imobiliários e simular legalidade na apropriação de áreas. A denúncia também aponta tentativa de obstrução das investigações, reforçando o caráter organizado e persistente do grupo, conforme previsto na Lei nº 12.850/2013.

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