Ministério da Saúde demite diretora de Saúde Indígena de MS em meio a crise

| Créditos: Rovena Rosa/Agência Brasil

Em um movimento inesperado, o Ministério da Saúde anunciou a exoneração de Carmen Pankaruru, que ocupava o cargo de diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena da Secretaria de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul. A decisão foi oficializada nesta quarta-feira (27), conforme publicação no Diário Oficial da União.

Carmen Pankaruru, uma figura de longa data no cargo desde os primeiros dias do governo Lula, expressou sua gratidão à ministra Nísia Trindade por meio de uma publicação no Instagram, enfatizando seu compromisso contínuo com a causa da Saúde Indígena. "Neste momento, deixo uma posição, mas nunca a Saúde Indígena, pois é uma causa que defendo e fortaleço desde sempre", escreveu.

De acordo com informações do Metrópoles, a demissão já estava planejada, conforme esclareceu o titular da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Weibe Tapeba, destacando a necessidade de ajustes na equipe da secretaria para enfrentar os desafios presentes na área da Saúde Indígena. Tapeba expressou reconhecimento pelo trabalho realizado por Pankaruru durante o período inicial de reconstrução da Saúde Indígena e desejou sucesso em seus futuros empreendimentos.

A demissão de Pankaruru ocorre em um momento crítico para o Ministério da Saúde, especialmente diante da pressão decorrente da crise na saúde da etnia Yanomami. O ano de 2023 testemunhou 363 mortes de indígenas Yanomami, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior, durante o governo de Jair Bolsonaro. Na primeira reunião ministerial de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionou a ministra Nísia Trindade sobre o aumento alarmante nas notificações de mortes entre os Yanomami. O episódio foi marcado pela saída emotiva da ministra, amparada pela primeira-dama, Janja da Silva.

Além das questões envolvendo a saúde dos indígenas, o Ministério da Saúde enfrenta repercussões internacionais devido à crise da dengue no país, que já registra mais de dois milhões de casos da doença. A situação adiciona uma camada de pressão adicional sobre a gestão da saúde no Brasil.

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