Em Campo Grande, nesta quarta-feira (26), lideranças indígenas se reuniram na sede da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para expressar seu descontentamento com o desmonte da instituição e a consequente falta de recursos para atender às necessidades das comunidades em Mato Grosso do Sul.

Silvana Terena, representante do Coletivo de Mulheres Indígenas, criticou o desmembramento da Funai, que resultou na perda de recursos para áreas essenciais como educação e cultura. "Tudo foi tirando, então quando você vai tirando, o recurso vai acabando", lamentou.

A líder indígena também questionou a atuação do secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, que, segundo ela, deveria priorizar o cuidado com as comunidades. No entanto, os cortes na Funai teriam afetado até mesmo o envio de recursos básicos para a população indígena de MS.

"Não tem um recurso próprio para projetos, para essas reuniões que antigamente tinha. Foi tirando tudo e hoje a gente tem o coordenador, nem assessoria, nós temos mais aqui", afirmou Silvana, lembrando que o estado já contou com três Coordenações Técnicas Locais (CTLs) e que a estrutura atual é insuficiente para atender às demandas.

A reunião também foi motivada por rumores de troca no comando da coordenação regional de Campo Grande, medida que os caciques e lideranças se opõem. Silvana defendeu a permanência do atual coordenador, Elvisclei Polidoro, conhecido como Elvis Terena, e criticou a falta de diálogo e consulta por parte do secretário-executivo.

"Além de não trazer o recurso, de não conversar, de não consultar, ainda querer tirar um dele que já apoiou, o Elvis era apoiador dele, ele não é qualquer pessoa", disse a líder indígena, que finalizou afirmando que as comunidades se sentem "doloridas e abandonadas".

O Jornal Midiamax buscou contato com o coordenador-executivo Eloy Terena, mas não obteve retorno até o momento da publicação desta matéria.

Com informações do Midiamax.