Líder religioso de Mato Grosso do Sul é alvo de acusações de assédio moral e desvio de recursos milhonários
- porRedação
- 01 de Setembro / 2024
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| Créditos: Foto: Paulo Francis
As acusações contra o pastor Denilson Fonseca, líder da Comunidade Cristã Aliançados em Mato Grosso do Sul, ganharam destaque na mídia nacional após o pastor Paulo Lemos, ex-integrante da comunidade, publicar uma nota oficial em suas redes sociais. No comunicado, Lemos relata ter sido alvo de assédio moral e de uma campanha para destruir sua imagem após seu desligamento da igreja. O vídeo, divulgado no domingo (25), gerou centenas de comentários, muitos de pessoas que afirmam ter passado por experiências semelhantes.
| Créditos: Foto: Ana Laura Menegat
De acordo com Paulo Lemos, nos últimos anos, cerca de 40 pastores foram demitidos da Aliançados sob circunstâncias parecidas, com a imagem pública desses religiosos sendo prejudicada. Lemos sugere que os pastores afastados eram aqueles que possuíam informações sensíveis ou estavam ganhando visibilidade indesejada.
Outros ex-integrantes da comunidade, que preferem não se identificar, corroboram os relatos de Lemos, apontando que as demissões públicas muitas vezes ocorriam durante crises financeiras na Aliançados. Há também alegações de que os afastados foram responsabilizados por supostos desvios de dinheiro da igreja.
O nome de Denilson Fonseca voltou aos holofotes após a divulgação dessas denúncias, principalmente devido às alegações de que ele impunha metas de arrecadação financeira para as igrejas da comunidade. Fonseca também foi acusado de expor publicamente pastores e de promover um discurso que desincentivava a permanência de fiéis com menos recursos na comunidade.
Em entrevista, Lemos afirmou que perdeu sua esposa e metade de sua renda em razão do tratamento recebido na Aliançados. Segundo ele, mesmo após a redução de seu salário de R$ 4,8 mil para R$ 2 mil em dezembro de 2023, lhe foi oferecido o uso da Arena Aliançados para ministrar cursos, mas com a exigência de um pagamento diário de até R$ 40 mil, tornando a oferta inviável.
O caso gerou grande repercussão, com dezenas de pessoas relatando experiências semelhantes nos comentários da publicação de Lemos. Alguns desses relatos incluem acusações de humilhações públicas e represálias, enquanto outros descrevem as dificuldades financeiras enfrentadas pela comunidade, que, segundo os relatos, contrastam com o estilo de vida luxuoso do líder da Aliançados.
Além das recentes acusações, o pastor Denilson Fonseca já havia sido investigado em 2019 pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, após promover um curso denominado "Escola de Cura", que prometia a "cura" da homossexualidade mediante pagamento de aproximadamente R$ 1 mil por participante. A investigação foi arquivada posteriormente.
Em resposta às acusações, Denilson Fonseca negou todas as alegações em nota enviada ao Jornal Midiamax. Ele afirmou que as denúncias são infundadas e que Paulo Lemos foi destituído de seus cargos voluntários por má conduta, conforme o Estatuto de Ética da instituição. Fonseca também negou qualquer desvio de recursos e destacou que a comunidade segue uma gestão financeira rigorosa, com todas as suas receitas e despesas declaradas à Receita Federal.
O caso segue gerando debates e novos desdobramentos à medida que mais pessoas compartilham suas experiências e a justiça investiga as alegações.
Fonte: Mídiamax