Líder da extrema-direita romena vence 1º turno da eleição presidencial
- porAgência Brasil
- 05 de Maio / 2025
- Leitura: em 6 segundos

| Créditos: REUTERS/Louisa Gouliamaki/Proibida reprodução
O líder de extrema-direita George Simion venceu o primeiro turno da reedição da eleição presidencial da Romênia nesse domingo (4), após votação vista como teste da ascensão do nacionalismo ao estilo de Donald Trump na União Europeia (UE).
As cédulas do total das seções eleitorais, no início desta segunda-feira (5), mostraram que o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, de 55 anos, ficou em segundo lugar, com cerca de 21%, atrás dos 41% de Simion. Eles se enfrentarão em um segundo turno, em 18 de maio.
Uma vitória de Simion poderia isolar a Romênia, corroer o investimento privado e desestabilizar o flanco oriental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), onde a Ucrânia está lutando contra uma invasão russa que já dura três anos, segundo observadores políticos.
Também ampliaria um grupo de líderes eurocéticos (posição política que envolve críticas à UE e à integração europeia), que já inclui os primeiros-ministros húngaro e eslovaco, em um momento em que a Europa está lutando para formular sua resposta a Trump.
"Essa não é apenas uma vitória eleitoral, é uma vitória da dignidade romena. É a vitória daqueles que não perderam a esperança, daqueles que ainda acreditam na Romênia, um país livre, respeitado e soberano", disse Simion, de 38 anos.
Ele garantiu a vitória em 36 dos 47 distritos eleitorais da Romênia, demonstrando forte apoio interno.
Ele também obteve 61% dos votos da diáspora, enquanto Dan conseguiu 25%, apesar de ter garantido vitórias em 68 dos 94 países onde houve votação. As cédulas de uma estação no exterior ainda estavam sendo aguardadas, mas não teriam influência no resultado geral.
O desempenho internacional de Simion foi reforçado pelo forte apoio dos romenos na Europa Ocidental, nos países nórdicos, em várias nações do Oriente Médio, bem como na Rússia, Ucrânia e Bielorrússia.
Beneficiando-se de uma onda de raiva popular contra os líderes tradicionais, Simion se opõe à ajuda militar à vizinha Ucrânia, critica a liderança da UE e diz que está alinhado com o movimento Make America Great Again, do presidente dos EUA.
"Somos um partido trumpista que governará a Romênia e fará da Romênia um parceiro forte na Otan e um forte aliado dos Estados Unidos", disse Simion à mídia estrangeira pouco antes do fechamento das seções eleitorais.
Dan, um independente que concorre em uma plataforma anticorrupção, superou o ex-senador Crin Antonescu, de 65 anos, candidato centrista apoiado pelos três partidos do governo de coalizão pró-ocidental, para sua vaga no segundo turno.
Depois de confirmar sua condição de segundo colocado, Dan manifestou gratidão aos apoiadores -- especialmente os da Moldávia, onde garantiu mais de 50% - e delineou seu desafio contra um candidato isolacionista.
"Haverá um segundo turno difícil com o candidato isolacionista. Não será um debate entre indivíduos, mas entre uma direção pró-ocidental para a Romênia e uma direção antiocidental para o país", disse.
"É nossa tarefa convencer os romenos de que a Romênia precisa da direção pró-ocidental e é nisso que nossa campanha se concentrará nessas duas semanas."
Observadores disseram que ele teria mais dificuldades para derrotar Simion no segundo turno do que Antonescu, devido às rivalidades entre ele e os principais partidos que dificultam a mudança dos eleitores. Muitos nos partidos governistas Social Democrata e Liberal compartilham mais crenças com Simion do que com Dan, segundo eles.
A votação de domingo ocorreu cinco meses após uma primeira tentativa de realizar a eleição ter sido cancelada devido à suposta interferência russa em favor do candidato de extrema-direita Calin Georgescu, que desde então está proibido de concorrer novamente.