Justiça retoma oitivas da Operação Tromper em Mato Grosso do Sul

Após seis meses de busca pelo empresário ainda foragido, a Justiça de Mato Grosso do Sul reinicia os depoimentos relacionados à Operação Tromper. A partir da próxima sexta-feira (16), testemunhas serão convocadas para prestar esclarecimentos em audiências.

O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva agendou também uma audiência para o dia 23 de fevereiro, considerando o significativo número de testemunhas envolvidas, o que demandará dois dias de sessões.

Um total de 10 pessoas deverá ser ouvido, sendo que cinco delas já foram intimadas para comparecer à audiência na sexta-feira. Desde julho de 2023, Ricardo José Rocamora, empresário implicado, encontra-se em fuga após desdobramentos da segunda fase da Operação Tromper.

Uma nova acusação por posse ilegal de munições resultou na inclusão de Rocamora como réu em mais um processo. Segundo o juiz, não há adição substancial de informações nesses procedimentos, destacando Rocamora como "o único réu entre os mencionados que ainda não se apresentou às autoridades, permanecendo foragido".

Operação Tromper: Antecedentes

Em 21 de julho, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) executou nove mandados em Sidrolândia, incluindo cinco de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva.

Confirmou-se a detenção de dois empresários e um servidor municipal pelo Midiamax. Entre os detidos estavam Ueverton da Silva Macedo, ex-candidato a vereador pelo PSD, Roberto da Conceição Valençuela, e o servidor Tiago Basso da Silva.

O quarto mandado de prisão visava o empresário Ricardo José Rocamora Alves, que permanece em fuga. Rocamora, como apurado pelo Jornal Midiamax, mantinha contratos de grande monta na região.

Ele também figurou na primeira fase da Operação Tromper, em 18 de maio do mesmo ano, quando foi detido e posteriormente submetido a audiência de custódia, possivelmente resultando em sua libertação.

Esquema de contratos milionários

A investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul revelou um esquema de corrupção envolvendo licitações da Prefeitura de Sidrolândia, onde empresários locais fraudavam documentos de concorrentes para garantir contratos públicos. Essas empresas, mesmo desprovidas de infraestrutura, terceirizavam serviços, recebendo milhões dos cofres públicos.

O esquema, conforme aponta o MPMS, contava com a participação de ao menos quatro servidores públicos, um dos quais teve pedido de prisão preventiva. Contudo, a confirmação da concessão desses pedidos ainda não foi feita. A investigação indica que as atividades corruptas remontam a 2017, com empresários usando CNPJs para participar de licitações, apesar de não possuírem capacidade técnica para executar os serviços contratados.

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