Por unanimidade, os desembargadores da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) negaram o pedido de Habeas Corpus (HC) feito pelo ex-secretário de obras de Terenos, Isaac Cardoso Bisneto. Ele está preso desde 13 de agosto, quando o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Velatus, que investiga um esquema de fraude em licitações, conhecido como "farra das empresas convidadas".

As investigações apontam que Isaac Cardoso Bisneto, durante a gestão do prefeito reeleito de Terenos, Henrique Budke (PSDB), beneficiava empreiteiros em troca de vantagens indevidas. Mesmo após sua exoneração, dias antes da operação, o ex-secretário continuou influente na prefeitura, o que levantou suspeitas de vazamento de informações.

O desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, relator do processo, destacou que as provas obtidas em conversas telefônicas e documentos indicam que o ex-secretário continuou a exercer influência na Secretaria de Obras, mesmo após sua exoneração, e a interceder em favor dos empresários envolvidos nas supostas fraudes.

A decisão da 3ª Câmara Criminal do TJMS ressalta que a liberdade de Isaac Cardoso Bisneto pode colocar em risco a investigação, especialmente pela possibilidade de reiteração criminosa e interferência na instrução processual.

Com a decisão, o ex-secretário de obras de Terenos completará seis meses de prisão preventiva na próxima quinta-feira (13).