Justiça mantém sigilo em processo contra organização criminosa acusada de lavar R$ 80 milhões
- porRedação
- 27 de Dezembro / 2024
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Operação Mamon: Ação penal que investiga organização criminosa por lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas tramita em segredo de justiça há um ano.
Corumbá, MS - Um ano após a Justiça Federal aceitar a denúncia, a ação penal contra uma organização criminosa acusada de usar estabelecimentos comerciais de pequeno porte para lavar dinheiro do tráfico internacional de drogas segue em sigilo absoluto. O esquema, que movimentou R$ 80 milhões em quatro anos, envolve o vereador Allex Dellas (PDT), líder do prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), na Câmara Municipal.
A denúncia, aceita em dezembro de 2023 pelo juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, teve poucos detalhes divulgados. Desde então, o processo tramita em segredo de justiça, com apenas o número do registro dos despachos do juízo sendo publicados no Diário Oficial da Justiça Federal.
A Operação Mamon, deflagrada pela Polícia Federal, desvendou o esquema criminoso que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), movimentou R$ 80 milhões entre 2017 e 2021 na fronteira com a Bolívia, importante rota do tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul.
O MPF denunciou 10 pessoas por organização criminosa e lavagem de dinheiro, incluindo Allex Dellas e seus familiares. A denúncia aponta que cerca de 90% do faturamento de um dos estabelecimentos investigados decorreu de transações de apenas três cartões de crédito, sendo dois de Allex Dellas e um de seu tio, Moisés Della.
Allex Dellas, eleito em 2020, declarou à Justiça Eleitoral, na época, não possuir bens. Nas eleições de 2024, declarou apenas um veículo de R$ 125 mil. No entanto, o MPF afirma que o vereador movimentou R$ 1 milhão em seis meses.
Em dezembro de 2023, Allex Dellas afirmou que provará sua inocência. O advogado da família Della, André Borges, também declarou que os acusados aguardam a oportunidade de se defender e confiam na absolvição.
O processo segue em andamento e, devido ao sigilo, não há previsão para a conclusão do caso.
Fonte: O Jacaré