A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu, nesta terça-feira (24), manter em liberdade o estudante de medicina João Fonseca Vilela, de 22 anos. Ele responde por atropelar e causar a morte da corredora Danielle Oliveira, de 41 anos, em fevereiro deste ano.

A decisão confirmou uma liminar concedida em março pelo desembargador Alexandre Branco Pucci, que considerou não haver risco à ordem pública e destacou "condições subjetivas favoráveis" do acusado. O relator do caso, juiz Alexandre Corrêa Leite, acompanhou o entendimento.

O advogado de Vilela, José Roberto da Rosa, afirmou que seu cliente é um "jovem de família boa" e que o caso foi tratado como um acidente de trânsito, agravado pela repercussão midiática. Ele também mencionou o sofrimento da família da vítima, mas reforçou que a culpa ainda não foi estabelecida judicialmente.

Vilela cumpre medidas cautelares, como proibição de mudar de endereço, entrega da carteira de habilitação e comparecimento a todos os atos processuais. Também não pode frequentar locais com bebidas alcoólicas.

O acidente
Danielle Oliveira foi atropelada na manhã de 15 de fevereiro, enquanto corria com um grupo na MS-010, em Campo Grande. O veículo, um Fiat Pulse, era dirigido por Vilela, que, segundo testemunhas e investigações, estava embriagado e fazia manobras perigosas antes da colisão. Outra corredora, Luciana Timóteo, sofreu ferimentos leves.

Danielle, que perdeu uma filha de 4 anos para um câncer renal em 2022, era mãe solo de outras duas crianças e usava a corrida como forma de superação. Ela se preparava para a Maratona de Campo Grande, marcada para julho.

O Ministério Público denunciou Vilela por homicídio doloso (com intenção), tentativa de homicídio e embriaguez ao volante, com base em provas de que ele assumiu o risco ao dirigir sob efeito de álcool.