Justiça mantém bloqueio de bens de médico acusado de integrar “Máfia do Coração” em MS

Hospital Universitário | Créditos: Reprodução/TV Morena

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) decidiu manter o bloqueio de R$ 167 mil nas contas do cardiologista Mercule Pedro Paulista Cavalcante, acusado de participar da "Máfia do Coração" em Campo Grande. O grupo é investigado por desviar recursos do Hospital Regional e do Hospital Universitário da capital sul-mato-grossense.

A defesa de Cavalcante alegou excesso no bloqueio, argumentando que o valor retido é superior ao estimado como dano ao erário (R$ 2,1 milhões). O médico também solicitou a liberação dos recursos para custear tratamento de saúde para si e para sua filha.

O desembargador André Nekatschalow, relator do caso, considerou que não foram apresentadas provas suficientes para comprovar o excesso de bloqueio e a necessidade dos recursos para fins médicos.

A decisão, unânime na 5ª Turma do TRF3, foi publicada no Diário Oficial Eletrônico da Justiça Federal em 12 de dezembro.

Operação Again

A ação penal é resultado da Operação Again, deflagrada pela Polícia Federal para investigar desvios na área de cardiologia em hospitais públicos de Campo Grande. Os acusados respondem pelo suposto desvio de R$ 3,4 milhões no Hospital Regional e R$ 950 mil no Hospital Universitário.

As investigações apontam para fraudes em licitações, superfaturamento de produtos, desvio de materiais para clínicas particulares e aquisição de produtos com prazo de validade e qualidade inferiores.

A operação foi batizada de "Again" por se tratar de esquema semelhante ao da Operação Sangue Frio, realizada em 2013.

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