Justiça mantém bloqueio de bens de médico acusado de integrar “Máfia do Coração” em MS
- porRedação
- 16 de Dezembro / 2024
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Hospital Universitário | Créditos: Reprodução/TV Morena
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) decidiu manter o bloqueio de R$ 167 mil nas contas do cardiologista Mercule Pedro Paulista Cavalcante, acusado de participar da "Máfia do Coração" em Campo Grande. O grupo é investigado por desviar recursos do Hospital Regional e do Hospital Universitário da capital sul-mato-grossense.
A defesa de Cavalcante alegou excesso no bloqueio, argumentando que o valor retido é superior ao estimado como dano ao erário (R$ 2,1 milhões). O médico também solicitou a liberação dos recursos para custear tratamento de saúde para si e para sua filha.
O desembargador André Nekatschalow, relator do caso, considerou que não foram apresentadas provas suficientes para comprovar o excesso de bloqueio e a necessidade dos recursos para fins médicos.
A decisão, unânime na 5ª Turma do TRF3, foi publicada no Diário Oficial Eletrônico da Justiça Federal em 12 de dezembro.
Operação Again
A ação penal é resultado da Operação Again, deflagrada pela Polícia Federal para investigar desvios na área de cardiologia em hospitais públicos de Campo Grande. Os acusados respondem pelo suposto desvio de R$ 3,4 milhões no Hospital Regional e R$ 950 mil no Hospital Universitário.
As investigações apontam para fraudes em licitações, superfaturamento de produtos, desvio de materiais para clínicas particulares e aquisição de produtos com prazo de validade e qualidade inferiores.
A operação foi batizada de "Again" por se tratar de esquema semelhante ao da Operação Sangue Frio, realizada em 2013.