Justiça mantém absolvições de acusados na Operação Omertà por falta de provas

| Créditos: Henrique Kawaminami/Campo Grande News

A Justiça manteve a absolvição do empresário Fahd Jamil, seu filho Flávio Georges, e do delegado Márcio Shiro Obara, investigados na Operação Omertà. A operação visava apurar crimes como organização criminosa, formação de milícia, extorsão, posse e porte ilegal de armas, jogos de azar, entre outros.

Apesar de já terem sido absolvidos há um ano e meio, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) recorreu da decisão. No entanto, nesta terça-feira (11), o desembargador Luiz Gonzaga, relator do processo, confirmou a absolvição dos três por falta de provas.

"Foi confirmada a justiça: Fahd Jamil não teve qualquer envolvimento criminoso", declararam os advogados de defesa Gustavo Badaró e André Borges ao Jornal Midiamax.

Em abril deste ano, os advogados do delegado Obara solicitaram ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) o adiamento da sessão que julgaria o recurso do MPMS. Os defensores, que haviam assumido o caso poucos dias antes, pediram mais tempo para estudá-lo, mas o pedido foi negado. Dias depois, a decisão foi anunciada com a conclusão do julgamento adiada por determinação do relator.

No ano anterior, seis réus da Omertà, incluindo Obara, Fahd Jamil, Flávio Georges, Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Célio Rodrigues Monteiro, foram absolvidos de acusações de integrar organização criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

A acusação havia reforçado provas alegando que Obara, então titular da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH), teria recebido propina de R$ 100 mil para encerrar investigações de execuções em Mato Grosso do Sul, evitando a identificação dos mentores dos crimes. As mortes incluíam Ilson Martins Figueiredo, chefe de segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, e outros dois indivíduos encontrados carbonizados na fronteira.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) destacou que Obara identificou os investigados na Omertà como membros das "duas organizações criminosas mais poderosas do Estado", supostamente comandadas por Jamil Name em Campo Grande e Fahd Jamil em Ponta Porã.

delegado Márcio Shiro Obara | Créditos: Reprodução/Midiamax

Segundo o Gaeco, em 2018, Fahd Jamil, Flávio Georges, Jamil Name (falecido em 2021) e Jamil Name Filho teriam oferecido e pago R$ 100 mil ao delegado Obara por meio de Marcelo Rios, para que ele praticasse, retardasse ou omitisse atos de ofício. Testemunhas afirmaram que, após a morte de Ilson Martins Figueiredo, Rios entregou o valor ao delegado, que estava em uma sacola de presente.

"Ao agir assim, Márcio Shiro Obara, Delegado de Polícia Civil, frustrou a principal linha de investigação, apagando vestígios de que o homicídio estava relacionado à morte do filho de Fahd Jamil, Danielito," concluiu o Gaeco.

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