Justiça extingue ação de improbidade contra réus da “Máfia do Câncer”

| Créditos: Chico Ribeiro

Em uma reviravolta no caso da "Máfia do Câncer", a 2ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decidiu, por unanimidade, extinguir a ação de improbidade administrativa que pedia o pagamento de R$ 102 milhões contra seis réus envolvidos no escândalo.

A decisão, baseada na alegação de "falta de argumentos" na denúncia, retira o статус de réus dos seis envolvidos: Adalberto Abrão Siufi, Espólio de Betina Moraes Siufi Hilgert, Issamir Farias Saffar, Blener Zan, Luiz Felipe Terrazas Mendes e Adalberto Chimenes.

A defesa do médico e dono da clínica Neorad, Issamir Farias Saffar, argumentou que a ação não se aplica a casos que não envolvem agentes públicos, já que os réus em questão apenas prestavam serviços ao Hospital de Câncer Alfredo Abraão (HCAA).

Apesar da decisão, ainda cabe recurso do Ministério Público (MP). Caso não haja, a ação será extinta definitivamente.

Histórico do Caso

A ação civil pública, proposta em 2014, acusa os réus de desviar recursos públicos repassados pelo SUS para o tratamento de câncer no estado, entre 2004 e 2012.

Segundo a investigação, gestores e ex-dirigentes do Hospital de Câncer teriam contratado a clínica Neorad, de propriedade de Adalberto Siufi, para prestar serviços ao hospital, numa manobra para "fraudar a natureza da Fundação Carmem Prudente" e desviar recursos da saúde.

A investigação também aponta para outras irregularidades, como a subutilização do acelerador linear do HC por falta de médicos radioterapeutas, o desvio de recursos privados da Fundação Carmem Prudente e a apropriação dos serviços prestados pelo Hospital do Câncer em benefício da Neorad.

Próximos Passos

Com a decisão da Justiça, o futuro do caso da "Máfia do Câncer" fica incerto. Caso o MP não recorra, a ação será extinta e os réus não precisarão responder pelas acusações de improbidade administrativa.

No entanto, caso o MP decida recorrer, a ação poderá ser retomada e os réus poderão ser снова julgados.

A população de Mato Grosso do Sul aguarda o desenrolar deste caso que envolveu desvios de recursos destinados ao tratamento de câncer e que gerou grande comoção e revolta na sociedade.

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