Justiça exige informações sobre quadro de funcionários do HRMS em meio a ação por mortes
- porRedação
- 18 de Julho / 2024
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Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) | Créditos: Divulgação
O juiz Ariovaldo Nantes Corrêa determinou que o Estado de Mato Grosso do Sul forneça a relação completa de servidores e funcionários do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), incluindo os que estão em exercício, afastados e se há déficit em alguma área. A decisão faz parte de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual (MPMS) que busca a responsabilização do Estado e da Fundação Serviços de Saúde de MS (Funsau) pelo alto número de mortes no hospital entre fevereiro e outubro de 2019, totalizando 1.140 óbitos.
A ação do MPMS aponta que o HRMS enfrentava déficit de funcionários em diversas áreas, como farmácia e auxiliar de enfermagem, devido ao elevado número de servidores cedidos a outros órgãos, com salários pagos pelo hospital. Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) revelou que 119 servidores foram cedidos em 2019, gerando um custo mensal de R$ 1 milhão para a Funsau.
Embora o MPMS tenha solicitado o retorno imediato dos servidores cedidos, o pedido foi negado pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, após o Estado informar que havia realizado processos seletivos para suprir a falta de profissionais. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) não se manifestou sobre o assunto.
Histórico de denúncias e falta de profissionais
Investigações anteriores do MPMS revelaram relatos de funcionários sobre a ineficiência administrativa do hospital e a falta crônica de insumos, agravando a situação dos pacientes e profissionais. Um concurso público com 279 vagas foi realizado para o HRMS, mas o baixo índice de aprovação e a alta taxa de reprovação levantaram questionamentos sobre a dificuldade da prova.
Mesmo após o concurso, denúncias apontam que ainda faltam cerca de 300 profissionais no hospital, além da falta de insumos básicos. O Conselho Estadual de Saúde confirmou o déficit e muitos profissionais atuam como contratados temporários, sobrecarregados e exaustos.
O MPMS abriu um inquérito civil para apurar a denúncia e solicitou informações detalhadas sobre o quadro de funcionários do HRMS. O hospital, por sua vez, afirmou estar comprometido em solucionar a demanda que excede a capacidade instalada da unidade e garantiu que continua oferecendo assistência aos pacientes.
Com informações do Midiamax.