Justiça avalia ação que questiona concessão milionária ao Consórcio Guaicurus

Nesta semana, a Justiça está analisando uma ação que poderá resultar na anulação da concessão milionária atribuída ao Consórcio Guaicurus. O processo será julgado pela 5ª Câmara Cível, tendo como relator o desembargador Alexandre Raslan, com a data marcada para quinta-feira (20).

A ação civil pública, movida pela 30ª Promotoria da Comarca de Campo Grande, levanta suspeitas de corrupção e questiona a capacidade das empresas de ônibus em cumprir adequadamente o contrato bilionário. Segundo o promotor Fábio Ianni Goldfinger, há indícios claros de irregularidades desde antes do processo licitatório de 2012.

Goldfinger descreveu a situação como "nitidamente caótica", apontando que o Consórcio Guaicurus, mesmo vencedor da licitação, não conseguiu satisfazer as necessidades da população. Ele também mencionou a possibilidade de que o resultado da concorrência tenha sido influenciado por pagamentos indevidos a intermediários.

Durante o processo de defesa da anulação do contrato, o promotor destacou diversos problemas operacionais, como atrasos frequentes nos serviços de transporte público, o que tem obrigado os cidadãos a buscar alternativas como o uso de veículos particulares para chegar aos seus destinos.

Em uma reviravolta durante as audiências, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul optou por dispensar o depoimento do advogado Sacha Breckenfeld Reck, que havia fornecido informações cruciais para a instauração do processo. O advogado foi peça-chave em revelar supostos esquemas de direcionamento na licitação, o que gerou controvérsias dado seu envolvimento anterior em casos de fraude no Distrito Federal.

A decisão de dispensar Reck como testemunha de acusação foi vista como um passo positivo pela defesa do Consórcio Guaicurus, que enxergou na medida um alívio em suas estratégias de defesa no caso em questão.

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