Julgamento de chapa vencedora em Campo Grande é retomado no TRE/MS

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O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) retoma nesta terça-feira (27) o julgamento da ação que pode levar à cassação dos mandatos da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e da vice, Camilla Nascimento (Podemos). A denúncia foi apresentada por PDT e PSDC, que alegam abuso de poder político, econômico e religioso na campanha de 2022.

Na sessão anterior, o relator Alexandre Antunes votou contra a cassação, por não identificar provas de captação ilícita de votos nem o uso indevido de cultos religiosos. O juiz Márcio de Ávila pediu vista e adiou o julgamento.

A acusação sustenta que houve compra de votos, com pagamentos entre R$ 50 e R$ 100, e uso da estrutura pública para cooptação de lideranças religiosas. Segundo os partidos, pastores teriam atuado como cabos eleitorais e sido nomeados para cargos comissionados, em um suposto esquema para influenciar o eleitorado evangélico.

A defesa argumenta que não há previsão legal para configurar abuso religioso e nega qualquer ilegalidade. Alega ainda que não há provas de envolvimento direto de Adriane e Camilla em compra de votos ou em atos de campanha realizados em templos.

Em primeira instância, o juiz Ariovaldo Nantes julgou improcedente a ação. Reconheceu a existência de relatos de compra de votos, mas afirmou que não ficou comprovada a participação direta ou indireta das candidatas. O magistrado também rejeitou a tese de abuso de poder religioso, apontando que a presença da prefeita em igrejas faz parte de sua rotina há mais de 20 anos.

Apesar de não responsabilizar Adriane e Camilla, o juiz determinou o envio de cópias dos autos à polícia para apuração do possível crime de compra de votos.

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