Juiz concede liberdade provisória a defensor público acusado de ajudar facção criminosa, mas mantém afastamento do cargo
- porRedação
- 10 de Junho / 2024
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GAECO 3ª fase da Operação Successione | Créditos: Reprodução / Dourados News
O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, concedeu liberdade provisória ao defensor público de Mato Grosso do Sul, Helkis Clark Ghizzi, que estava preso desde março do ano passado e atualmente cumpria prisão domiciliar sob a acusação de integrar uma organização criminosa.
Ghizzi foi detido em 14 de março do ano passado durante a segunda fase da operação Courrier, denominada Maître, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). De acordo com as investigações, o defensor público, afastado de suas funções duas semanas antes de sua prisão, estava envolvido em crimes de associação criminosa e corrupção, que envolviam advogados, servidores e a facção criminosa PCC.
Conforme apuração do Gaeco, Ghizzi é suspeito de utilizar senhas sigilosas para realizar pesquisas em sistemas ligados à segurança pública e ao judiciário, incluindo informações sobre um delegado da Polícia Civil, em benefício de possíveis vítimas de atentados. O advogado Bruno Ghizzi, filho do defensor, também é investigado pelo suposto esquema.
Helkis Ghizzi foi libertado quatro meses após sua prisão, em julho do ano passado, após pagar uma fiança de quase R$ 40 mil e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
A decisão que revogou a prisão domiciliar foi publicada nesta quinta-feira (6) no Diário Oficial de Justiça de MS. No entanto, Ghizzi deve permanecer afastado da Defensoria Pública e cumprir várias restrições impostas pela justiça, incluindo:
- Comparecimento mensal em juízo para comprovar suas atividades e endereço;
- Proibição de manter contato, direto ou indireto, com quaisquer dos corréus destes autos e de outros processos relacionados;
- Comunicação prévia ao juízo sobre qualquer mudança de residência;
- Proibição de ausentar-se da comarca sem autorização judicial;
- Comparecimento a todos os atos processuais quando intimado, sob pena de restabelecimento de sua prisão;
- Proibição de deixar o país.
O nome da operação que levou ao afastamento e prisão de Ghizzi, "Maître" ou "Mestre" em tradução livre, era uma referência ao título que ele recebia dos cúmplices na organização criminosa.