A determinação e a perseverança de Yasmin Souza Coelho, uma jovem indígena de 17 anos da aldeia Bananal, em Aquidauana, situada a 140 km de Campo Grande, são um testemunho eloquente da importância da educação e do apoio familiar. Crescendo sob a influência inspiradora de sua mãe, que há anos se dedica à defesa dos direitos dos povos indígenas, Yasmin enfrentou desafios sociais e psicológicos enquanto se preparava para o vestibular da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

Após completar o segundo ano do Ensino Médio, Yasmin decidiu submeter-se ao vestibular da UEMS no final de 2023 como uma espécie de teste, confiante em suas habilidades. Sua determinação foi recompensada com a aprovação, porém, para garantir sua vaga, ela teve que recorrer ao sistema judicial. Classificada em terceiro lugar nas cotas étnicas, Yasmin, com o apoio incondicional de sua mãe, Daniele Luiz Souza, buscou a Defensoria Pública, culminando em uma decisão favorável do Juiz Juliano Dualibi Baungart, que emitiu uma liminar permitindo que a jovem realizasse sua matrícula na universidade, mesmo sem ter concluído o Ensino Médio.

Com a matrícula assegurada, Yasmin está pronta para iniciar seus estudos de Direito no campus da UEMS em Aquidauana, a partir de 26 de fevereiro. Ela continuará a residir na aldeia, viajando para a universidade diariamente em companhia de sua mãe, que também é universitária, frequentando o curso de História na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), aos 36 anos.

O caminho até a universidade foi marcado por desafios para Yasmin. Em 2022, ela enfrentou problemas psicológicos sérios, incluindo crises de ansiedade e fobia social, que a afastaram da escola. No entanto, com o apoio da família e o ambiente acolhedor da Escola Estadual Indígena Pastor Reginaldo Miguel, na aldeia Lagoinha, Yasmin encontrou o suporte necessário para superar suas dificuldades e concentrar-se nos estudos.

Daniele Luiz Souza, além de ser uma mãe dedicada, é uma figura inspiradora na comunidade, quebrando ciclos de violência e promovendo a independência e a defesa dos direitos das mulheres. Fundadora da Associação de Mulheres Solidárias Terena, ela não só gera renda para dezenas de mulheres através da produção de pães, mas também é uma defensora incansável dos direitos comunitários.

Yasmin reconhece a influência positiva de sua mãe em sua própria jornada, destacando o compromisso familiar com causas sociais e a importância de profissionais engajados na defesa dos direitos indígenas. Sua determinação em seguir os passos de sua mãe, trabalhando em prol da justiça social, é um testemunho do impacto transformador que as mulheres fortes têm em suas comunidades.

Com informações Fátima News