Israel revela primeiro uso de defesa aérea a laser; entenda como funciona
- porR7
- 18 de Junho / 2025
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Sistema é especialmente eficaz contra ameaças de curto alcance | Créditos: Reprodução/X
O Ministério da Defesa de Israel confirmou no final de maio que realizou dezenas de interceptações usando tecnologia de defesa aérea a laser desde o início da guerra em Gaza. É o primeiro uso operacional desse tipo de sistema no mundo, segundo informações do governo israelense.
O sistema empregado não foi o Iron Beam (Feixe de Ferro), que ainda está em fase final de desenvolvimento e só deve entrar oficialmente em operação no fim de 2025.
O Iron Beam é um sistema de defesa aérea com laser de alta energia desenvolvido por Israel. Ele é projetado para interceptar e destruir ameaças aéreas como foguetes, morteiros, drones e mísseis de curto alcance, atuando como um complemento ao sistema de defesa antimísseis conhecido como Domo de Ferro.
Dessa vez, as interceptações foram feitas com um modelo provisório, de potência menor, entre 10 e 30 quilowatts, segundo fontes da indústria de defesa.
O uso da defesa a laser acontece em meio ao aumento das ameaças com drones, foguetes e mísseis de curto alcance, sobretudo do regime iraniano, que está em guerra com Israel desde a última sexta-feira (13).
O sistema funciona como complemento ao Domo de Ferro, que segue sendo a principal ferramenta de Israel para interceptar foguetes. Cada disparo do sistema de interceptação custa entre 50 e 100 mil dólares, enquanto a interceptação com laser tem custo significativamente menor.
Como funciona a defesa à laser?
O feixe de energia atinge o alvo na velocidade da luz, o que permite uma reação praticamente imediata. Ele é alimentado por eletricidade, o que dispensa o uso de mísseis convencionais e reduz os custos operacionais.
O sistema é especialmente eficaz contra ameaças de curto alcance, como morteiros, pequenos foguetes e alguns tipos de drones.
Apesar dos avanços, especialistas alertam para limitações. O desempenho do laser cai em condições climáticas adversas, como chuva, neblina, poeira e fumaça. Além disso, sua potência atual exige que o alvo esteja a uma distância relativamente curta, de até oito quilômetros.
O Ministério da Defesa informou que as interceptações realizadas tiveram como alvo diferentes modelos de drones. Não foram revelados detalhes sobre os tipos específicos ou a quantidade exata abatida.
O desenvolvimento do Feixe de Ferro custou cerca de 2 bilhões de shekels (R$ 3 bilhões). A expectativa é que sua versão definitiva alcance 100 quilowatts de potência, suficiente para derrubar não apenas foguetes de curto alcance, mas também drones e mísseis de cruzeiro.
Outros países também desenvolvem projetos semelhantes. Os Estados Unidos testaram o sistema P-HEL para interceptação de drones. A China possui o Shen Nung Shield e o Irã trabalha em suas próprias versões. A Lockheed Martin lidera o desenvolvimento de um sistema com potência prevista de até 500 quilowatts, bem superior ao modelo israelense.
Israel também investe no desenvolvimento de uma versão aérea da defesa a laser. A ideia é instalar o equipamento em aviões, o que permitirá interceptações a distâncias maiores e reduzirá os efeitos das condições atmosféricas. Caso avance, essa tecnologia poderá ser usada até mesmo para derrubar mísseis balísticos fora do espaço aéreo israelense.