Imasul confirma irregularidades e mau cheiro persiste em Campo Grande

| Créditos: Bloomberg/Michael Ciaglo

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) confirmou a persistência de duas irregularidades na unidade da JBS no bairro Nova Campo Grande, cinco meses após fiscalização motivada por denúncias de mau cheiro na região. O relatório, anexado a um Inquérito Civil do Ministério Público Estadual (MPMS), aponta o vazamento de efluentes e a falta de um relatório técnico sobre medidas mitigadoras como problemas ainda não solucionados.

A JBS, que já acumula multa de R$ 500 mil e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPMS, nega ser a fonte do odor, atribuindo-o a fatores externos e à subjetividade da percepção do cheiro. No entanto, o Imasul constatou que o vazamento de efluentes, resíduos líquidos do processo produtivo da carne, atingiu áreas externas à indústria, impactando o córrego Imbirussu.

A situação, que gerou protestos de moradores e mobilização na Câmara de Vereadores, segue sob acompanhamento do MPMS. O órgão ambiental deu um prazo de 60 dias para a empresa apresentar o relatório técnico e comprovar as medidas adotadas para solucionar o problema.

Em nota, a JBS afirmou que "não há nenhuma pendência relativa à notificação recebida pelo órgão ambiental", contrariando o relatório do Imasul. A empresa alega que a relação entre o odor e suas atividades produtivas foi estabelecida com base em entrevistas com moradores, e não em critérios técnicos.

A fiscalização de fevereiro resultou em multa de R$ 100 mil por lançamento de resíduos em desacordo com a legislação. O imbróglio entre a JBS, o Imasul e o MPMS continua, enquanto a população local sofre com o mau cheiro persistente.

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