Ibovespa fecha em leve alta com ajuda de NY após dados de emprego nos EUA
- porInfoMoney
- 04 de Outubro / 2024
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Sextou! E sextou com alívio, afinal o Ibovespa passou o dia oscilando, preguiçoso, andando de lado, sem se decidir, até terminar com mais 0,09%, aos 131.791,55 pontos, uma alta curta de 120,04 pontos, insuficiente para deixar a semana positiva, terminando com menos 0,71%. O dólar comercia até começou o dia em alta, mas logo se acomodou e passou a sessão toda com baixa curta, até terminar com menos 0,33%, a R$ 5,45. Os DIs (juros futuros) encerraram o dia com ganhos por toda a curva.
Era um dia com viés mais positivo. A começar pelo fim da greve dos portuários nos EUA, que já entrava pelo quarto dia. Mas os índices em Wall Street fecharam mesmo confortavelmente positivos por conta de um robusto payroll, mostrando forte geração de vagas em setembro, bem acima do esperado. Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos, afirma que “o payroll não sinaliza um enfraquecimento significativo da economia americana, o que pode levar muitos analistas a reverem suas previsões negativas sobre o país”.
Para Francisco Nobre, economista da XP, os números reiteram que os próximos cortes de juros por parte do Federal Reserve devem vir numa magnitude mais moderada do que a anunciada na última reunião do Fomc, quando as taxas foram reduzidas em 0,50 ponto percentual. Nobre diz que a flexibilização nos encontros de novembro e dezembro deve ser de 0,25 p.p. em cada uma.
Mas André Valério, economista sênior do Inter, pondera que caso o próximo payroll apresente uma leitura forte como hoje, “demandaria uma pausa para o Fed poder avaliar melhor o contexto atual da economia americana, sem incorrer em grande risco de reaceleração inflacionária”.
Mas do lado de cá do Equador, além da falta de confiança do investidor no governo, por conta do fiscal e da inflação elevada, a questão dos juros é limitadora, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.
O balanço entre essa falta de confiança e os juros com cenário positivo lá fora pavimentou caminho para uma oscilação constante do Ibovespa nesta sexta-feira. As tensões no Oriente Médio, com bombas explodindo no Líbano, e Irã, Israel e EUA trocando ameaças, embolaram ainda mais o cenário.
Ibovespa sobe, mesmo com quedas de Vale e Petrobras
Vale (VALE3) terminou o dia com queda de 0,73%, ainda sem referência da China, que continua com seu super feriado. Petrobras (PETR4) lutou muito, mas acabou com baixa de 0,26%, mesmo com o petróleo novamente em alta, diante da possibilidade de Israel atacas alvos petrolíferos do Irã.
Contrabalançando, as petroleiras juniores fecharam mistas, com PRIO (PRIO3) subindo 0,45%, enquanto Petrorecôncavo (RECV3) caiu 0,05% e Brava (BRAV3) ganhou 1,18%.
Os bancos também terminaram mistos, com BB (BBAS3) fechando com menos 0,15% e Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) encerrando com mais 0,13% e 0,20%. Mesmo caso dos varejistas, com Assaí (ASAI3) subindo 3,41%, Lojas Renner (LREN3) avançando 0,84% e Magazine Luiza (MGLU3) perdendo 0,62%.
Outros nomes: Suzano (SUZB3) ganhou 1,64%, após anunciar que o volume de produção de celulose de mercado em 2024 será cerca de 4% inferior em relação à sua capacidade produtiva nominal. “Esta decisão se baseia no fato de que tal volume não traria retorno adequado para a companhia em um momento de mercado de celulose mais complexo”, disse. IRB (IRBR3) subiu 2,01%, apesar de otimismo contido por analistas.
A semana que vem será intensa. Além do IPCA de setembro, quarta-feira (9), no dia anterior, Gabriel Galípolo enfrenta os senadores na sabatina para conduzi-lo ao cargo de presidente do Banco Central. Na quinta (10), sai a inflação ao consumidor nos EUA (CPI). De quebra, na sexta (11), tem a inflação ao produtor nos EUA (PPI). Ninguém diria que seria fácil. (Fernando Augusto Lopes)
Ibovespa fecha com alta de 0,09%, aos 131.791,55 pontos
Máxima: 131.935,97
Mínima: 131.156,35
Diferença para a abertura: +120,04 pontos
Volume: R$ 16,50 bilhões