Ibovespa engata quarta queda seguida e dólar sobe 0,48%
- porMoney Times
- 03 de Setembro / 2024
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| Créditos: Infomoney
A conta segue: hoje, o Ibovespa chegou à quarta baixa seguida, com menos 0,41%, aos 134.353,48 pontos, uma perda de 552,59 pontos – nesta sequência, é um recuo de 2,7 mil pontos. O principal índice da Bolsa brasileira não caía por quatro pregões seguidos desde a virada de maio para junho, quando emendou seis derrotas seguidas. O dólar comercial voltou a subir, após o recuo de ontem, e foi a R$ 5,64, com alta de 0,48%. Já os juros futuros (DIs) caíram por toda a curva.
E o dia tinha bons motivos para uma alta do Ibovespa. Isso porque o PIB brasileiro do 2T24, divulgado hoje cedo, surpreendeu positivamente, crescendo 1,4% ante o trimestre anterior, uma aceleração diante do 1,0% de crescimento (revisado para cima) observado no primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB cresceu 3,3%. O crescimento mais forte que o esperado deve, inclusive, levar o governo a revisar para cima a previsão oficial de desempenho da atividade no ano.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a próxima projeção do governo deve superar 2,7% ou 2,8%, contra estimativa atual de 2,5%, o que pode ensejar uma reavaliação para cima das previsões de arrecadação tributária. Entretanto, Haddad ponderou que se o país não aumentar sua capacidade instalada em meio à aceleração da atividade, é possível que o crescimento econômico pressione a inflação.
Economia brasileira sólida
André Meirelles, Diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP, sublinha que “o crescimento do PIB evidencia a solidez da economia brasileira, que continua surpreendendo mesmo com a taxa de juros no patamar de dois dígitos”, mas alerta que essa potência reforça a aposta de alta da Selic pelo Copom. Fabio Louzada, economista, fundador da Eu me banco, concorda: “os dados positivos do PIB acendem uma preocupação em relação ao aquecimento da economia podendo gerar inflação. Com isso, aumentam as chances de uma alta na Selic na próxima reunião do Copom“.
O presidente Lula preferiu comemorar em uma rede social o resultado em si: “mais uma notícia boa para a economia. Crescimento que se soma ao aumento dos empregos, o consumo das famílias e melhor qualidade de vida. Sem bravata e mentiras. É isso que importa”. O Brasil fica em 2º lugar no ranking de crescimento no trimestre.
Commodities e exterior
Após o anúncio do “super PIB”, o Ibovespa Futuro, antes da abertura, chegou a virar para positivo, mas após a abertura do pregão não foi possível segurar o ritmo, basicamente porque os mercados globais estão cautelosos e também por conta das commodities.
A cautela internacional vem na esteira de uma semana apreensiva, com os EUA divulgando o payroll, seu relatório mais importante sobre o mercado de trabalho, na sexta-feira (6). Investidores voltaram do feriado de ontem se reposicionando por precaução a ponto dos principais índices em Nova York terminarem com perdas profundas – O Nasdaq ficou com menos 3,26%; o S&P 500, com perdas maiores do que 2%; e o Dow Jones, com menos 1,51%. O VIX, que mede a instabilidade do mercado, chegou a subir mais de 30%.
A cautela é compreensível quando se observa o PMI Industrial dos EUA, que veio mais um mês abaixo da linha dos 50, o que indica retração da atividade. O mercado reforçou hoje a expectativa de que o Federal Reserve abra o ciclo de relaxamento monetário com um corte de 50 pontos-base nos juros no próximo encontro de 18 de setembro, após a divulgação de dados do setor industrial e de construção mais fracos que o esperado. A aposta majoritária, entretanto, continua sendo por corte de 25 pontos-base.
Vale e Petrobras em baixa
As commodities foram as vilãs mais uma vez. A Vale (VALE3) despencou 3,73%, com mais um dia ruim do minério de ferro, diante de problemas do setor imobiliário na China. A Petrobras (PETR4), por sua vez, caiu 1,21%, com o petróleo internacional despencando ao menor valor desde dezembro do ano passado. As petro juniores também sofreram, a ponto da PRIO (PRIO3) recuar 5,16% e da 3R (RRRP3) perder 5,28%. Com isso, ficou difícil para o Ibovespa, que ainda gera otimismo.
Frigoríficos também perderam no dia, com BRF (BRFS3) caindo 1,38% e Marfrig (MRFG3) descendo 1,94%.
A baixa não foi maior para o IBOV porque os bancos subiram: Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 1,62% e Bradesco (BBDC4) ganhou 1,07%. BB (BBAS3) valorizou 0,91%. E porque alguns importantes varejistas avançaram, como Lojas Renner (LREN3), que ficou com mais 1,71%, apresar da baixa da Magazine Luiza (MGLU3) de 2,42% e da derrocada de Casa Bahia (BHIA3), com menos 11,14%.
A semana parece se arrastar até o payroll, entre boas e más notícias. Até lá, toda atenção é pouco. (Fernando Augusto Lopes)
Confira as últimas dos mercados
Ibovespa fecha com queda de 0,41%, aos 134.353,48 pontos
Máxima: 135.010,55
Mínima: 134.171,30
Diferença para a abertura: -552,59 pontos
Volume: R$ 22,80 bilhões
Confira a evolução do IBOV durante a semana, mês e ano:
Segunda-feira (2): +0,81%
Terça-feira (3): -0,41%
Semana: -1,21%
Setembro: -1,21%
3T24: +8,43%
2024: +0,13%
Dólar comercial termina dia com alta de 0,48%
O dólar voltou a subir diante do real, após a breve queda de ontem. O movimento é semelhante ao da divisa norte-americana, que na comparação com as principais moedas do mundo ficou com o DXY em leve alta de 0,13%, aos 101,79 pontos.
Venda: R$ 5,641
Compra: R$ 5,641
Mínima: R$ 5,577
Máxima: R$ 5,652