Guterres pede fim da impunidade ao homenagear 168 trabalhadores da ONU mortos em 2024

| Créditos: REUTERS/Lisa Leutner/Direitos reservados


O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta quinta-feira (5) o fim da impunidade em conflitos armados, ao homenagear os 168 trabalhadores da organização mortos em 2024. Do total, 126 foram mortos na Faixa de Gaza, sendo 125 ligados à Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA).

“É o maior número de mortes de funcionários na história da ONU”, afirmou Guterres, em declaração à imprensa em Nova York. Segundo ele, os trabalhadores foram mortos enquanto entregavam ajuda humanitária, protegiam civis ou estavam com suas famílias.

A UNRWA, considerada pela ONU a principal rede de assistência humanitária em Gaza, foi alvo de críticas por parte de Israel, que a acusa de vínculos com o Hamas. Em resposta, o governo israelense cortou relações com a agência em janeiro, alegando que alguns funcionários teriam envolvimento nos ataques de 7 de outubro de 2023.

Guterres destacou que os funcionários mortos "procuravam aliviar o sofrimento humano" e reafirmou que não aceitará que a morte de trabalhadores humanitários, jornalistas, profissionais de saúde ou civis se torne algo normal.

Ele também criticou cortes no financiamento da ONU e alertou para a pressão sobre o multilateralismo. “Num mundo com desafios interligados, devemos lembrar o exemplo dos que morreram em serviço”, concluiu.

Compartilhe: