Guerra pelo Jogo do Bicho em Campo Grande: Denúncias apontam envolvimento de policiais e políticos

Em meio à expectativa pela regulamentação das apostas online no Brasil, a disputa pelo controle do jogo do bicho em Campo Grande se intensifica, com novas denúncias envolvendo servidores da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Apontadores de apostas alegam que policiais militares e civis estariam pressionando-os a mudar o controle das bancas para a "Banca BR", supostamente ligada ao deputado estadual Neno Razuk (PL).

Em troca, os policiais receberiam propina e favores políticos. A ligação entre agentes da segurança pública e o jogo do bicho não é novidade, tendo sido apontada como motivo de mudanças na Sejusp. Razuk foi identificado pelo Gaeco como um dos líderes de uma organização envolvida na disputa pelo controle da contravenção.

Há sete meses, a Operação Sucessione prendeu dez pessoas ligadas ao grupo supostamente liderado por Razuk. A disputa envolveria um grupo de fora de Mato Grosso do Sul e Razuk, que estaria interessado no jogo do bicho na capital após a família Name perder o controle da contravenção.

O grupo atual, conhecido como "Grupo Kapital", afirma estar em processo de profissionalização e aguarda a regulamentação do jogo do bicho para legalizar suas atividades. Empresários que se apresentam como representantes do grupo admitem organizar a atividade em Campo Grande e afirmam ser alvo do grupo ligado a Razuk.

Enquanto isso, nas ruas, os apontadores relatam medo e ameaças. As denúncias envolvem policiais e até o uso de viaturas oficiais em represálias disfarçadas de abordagens. Apontadores afirmam ter sido levados à delegacia e coagidos a fornecer informações sobre seus patrões.

A situação levanta questionamentos sobre a influência do crime organizado nas forças de segurança e gera um cenário inusitado: contraventores denunciando policiais supostamente cooptados por um dos lados da disputa.

O deputado Neno Razuk nega as acusações e afirma que elas têm caráter político. A Polícia Civil e o Ministério Público foram acionados para comentar as denúncias, mas até o momento não houve resposta.

Compartilhe: