Grupo ligado a Cezário utilizava artifícios em hotéis para desviar verbas públicas
- porRedação
- 22 de Maio / 2024
- Leitura: em 8 segundos

| Créditos: Henrique Kawaminami/Campo Grande News
Uma investigação liderada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) revelou um esquema de desvio de recursos públicos ligado à Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, liderada por Francisco Cezário de Oliveira. O grupo, segundo as autoridades, empregava diversas táticas fraudulentas, incluindo manipulação de diárias de hotéis que abrigavam equipes durante o Campeonato Estadual.
A "Operação Cartão Vermelho" foi deflagrada após denúncias que apontavam o desvio de aproximadamente R$ 6 milhões da FFMS. A prisão preventiva de sete pessoas envolvidas foi decretada, incluindo Aparecido Alves Pereira, conhecido como Cido, que atuava como delegado de jogos da federação.
De acordo com informações obtidas durante as investigações, Cido coordenava a contratação de diárias para hospedagem das equipes participantes dos campeonatos estaduais, custeadas com verbas públicas provenientes de convênios com a Fundesporte. Em uma conversa gravada, ele instrui um funcionário de um hotel em Chapadão do Sul a emitir duas diárias para 25 pessoas, embora nem todas fossem utilizadas, com o valor excedente sendo dividido entre os envolvidos.
A equipe do Gaeco verificou que, em muitos casos, as diárias contratadas não eram integralmente utilizadas, resultando em desvios significativos de dinheiro público. As contas bancárias da federação, que recebiam os repasses do governo estadual, eram as mesmas utilizadas para pagar esses serviços.
Além de Chapadão do Sul, outros municípios também foram alvo da prática, indicando um modus operandi sistemático para desviar recursos destinados ao esporte. Os investigadores apontam que essa conduta ocorre pelo menos desde 2018.
A FFMS sempre afirmou que suas prestações de contas eram transparentes e adequadas, conforme declarou o então responsável pela Fundesporte, Marcelo Miranda. Ele ressaltou que nunca foram identificadas irregularidades nos convênios firmados com a federação.
A direção do Hotel Casabella Ltda, um dos estabelecimentos citados na investigação, preferiu não comentar sobre o assunto quando procurada pela imprensa.
Com informações Campo Grande News