Greve de auditores da Receita Federal fecha fronteiras em Mato Grosso do Sul
- porRedação
- 19 de Fevereiro / 2025
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| Créditos: Divulgação/Marcelino Nunes
A nova paralisação dos auditores-fiscais da Receita Federal, iniciada nesta quarta-feira (19), resultou no fechamento das fronteiras de Ponta Porã e Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul. A medida faz parte de uma greve nacional, motivada pela falta de acordo com o governo federal sobre o reajuste salarial da categoria.
Com a paralisação, estão suspensas as operações de liberação de cargas de exportação e importação nas unidades alfandegárias dos dois municípios. Centenas de caminhões estão parados, aguardando a retomada dos serviços, o que já causa preocupação entre comerciantes e transportadores da região.
Em nota, a equipe aduaneira da Receita Federal informou que os auditores intensificaram as fiscalizações nas aduanas do estado, seguindo o modelo “risco zero”. A estratégia, adotada nacionalmente pela categoria, tem como objetivo garantir a segurança das operações.
Segundo Luiz Felipe Manvailer, presidente do Sindifisco Nacional, a mobilização é uma resposta ao congelamento do salário base dos auditores. Ele ressalta que, enquanto outras categorias de servidores federais avançaram nas negociações salariais, os auditores enfrentam um tratamento desigual. “Não há sequer uma abertura de canal para a solução do impasse. Enquanto isso, a escalada inflacionária continua e as perdas da categoria aumentam”, afirma Manvailer.
Reivindicações da Categoria
Os auditores buscam, desde 2022, um reajuste salarial. A categoria alega que é a única do serviço público federal que não recebeu qualquer aumento no vencimento básico nos últimos oito anos, enquanto outras categorias obtiveram reajustes de até 30%. O Sindifisco reivindica um reajuste mínimo de 19% e a reposição das perdas inflacionárias acumuladas.
A insatisfação dos auditores aumentou após o governo negociar aumentos salariais consecutivos para a Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN), vinculada ao mesmo ministério, com garantias de aumento para 2025 e 2026. “A categoria se sente desrespeitada pelo governo, que não prioriza uma classe tão essencial para o sistema tributário do país quanto a PFN”, diz a nota divulgada pelo movimento.
Impactos da Paralisação
Além das aduanas em Mato Grosso do Sul, ações semelhantes devem ocorrer em portos, aeroportos e outros pontos alfandegários em todo o Brasil, o que pode ampliar consideravelmente os impactos econômicos e logísticos da paralisação.