Governador relaciona conflito indígena com tráfico de drogas; Cimi contesta e crítica ação policial em conflitos fundiários

Riedel: “Comunidades indígenas serão atendidas com dignidade e planejamento” disse governador em campanha em 26/09/2022 | Créditos: Foto: Reprodução/ Eduardo Riel/Arquivo

As declarações do governador Eduardo Riedel (PSDB) associando a área reivindicada pelos indígenas guarani-kaiowá em Antônio João ao tráfico de drogas geraram forte reação de entidades ligadas à causa indígena. Em meio ao relatório sobre o conflito entregue a ministros do STF, o governador afirmou que a fazenda Barra, palco do confronto, está próxima a um rio na fronteira com o Paraguai e ao lado de uma plantação de maconha cultivada pelos indígenas.

O advogado do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Anderson Santos, refutou as alegações do governador, classificando-as como inverídicas e comuns no atual contexto de discursos descompromissados com a realidade. Ele relembrou o caso de Amambai, onde a narrativa do tráfico foi usada para justificar a morte do indígena Vitor Fernandes em uma operação de despejo sem ordem judicial.

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Santos questionou a eficácia das ações policiais, indagando sobre o número de traficantes presos tanto em Amambai quanto em Antônio João, e criticou a decisão judicial que permite o policiamento ostensivo na fazenda Barra, baseada em uma ação de interdito proibitório. Ele argumentou que a decisão, embora equivocada, é clara ao determinar a preservação da vida e integridade física, o que não tem sido observado pela Polícia Militar.

O advogado finalizou expressando preocupação com o precedente aberto pela decisão, questionando se o cidadão comum também teria acesso a esse tipo de proteção do Estado.

Fonte: Campo Grande News

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