Gisa “O Retorno”: Juiz Federal devolve ao Estado ações de improbidade contra Nelsinho Trad e Mandetta por desvio de R$ 32 milhões

| Créditos: Reprodução/PODER360

Após nove anos de tramitação na Justiça Federal, duas ações de improbidade administrativa envolvendo o senador Nelsinho Trad (PSD) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta foram devolvidas à Justiça Estadual. As ações, que cobram um total de R$ 32 milhões por supostos desvios no projeto Gisa (Gerenciamento de Informações em Saúde), foram protocoladas pelo Ministério Público Federal em 2015 e mantidas sob sigilo na 4ª Vara Federal de Campo Grande até março deste ano.

Segundo o MPF, os desvios envolvem R$ 8,166 milhões repassados pelo Ministério da Saúde e R$ 1,816 milhão investido pelo município, destinados a um sistema que nunca foi implementado. A investigação da Polícia Federal apontou direcionamento na licitação, fraude, peculato e corrupção no caso.

Apesar da denúncia ter sido protocolada há quase uma década, somente agora as ações retornaram à Justiça Estadual, após o juiz federal Pedro Pereira dos Santos declarar incompetência em março de 2023. O magistrado determinou a remessa dos processos à 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, onde aguardam manifestação do Ministério Público Estadual.

As partes envolvidas, incluindo Nelsinho Trad, Mandetta e o ex-secretário municipal de Saúde Leandro Mazina, refutam as acusações, atribuindo a não execução do projeto ao ex-prefeito Alcides Bernal. Em resposta, a prefeitura sob gestão de Gilmar Olarte devolveu os valores repassados pelo Ministério da Saúde.

Os detalhes das ações de improbidade seguem sob sigilo, com os advogados envolvidos argumentando que não há continência entre as denúncias e uma ação civil pública de ressarcimento movida pela prefeitura de Campo Grande. O Superior Tribunal de Justiça, em decisão recente, corroborou a devolução dos processos à esfera estadual, aguardando agora a autuação na Justiça Estadual para prosseguimento dos trâmites legais.

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