Funcionários trancam portão da SJT Vigilância em protesto e por cobrança de salários atrasados
- porRedação
- 17 de Janeiro / 2024
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Cadeado no portão da SJT Segurança e Vigilância Patrimonial | Créditos: Alex Machado
Na tarde desta terça-feira, dia 15, a sede da SJT Segurança e Vigilância Patrimonial, situada no bairro Santa Doroteia, foi palco de um protesto inusitado. Em meio a constantes atrasos nos salários, trabalhadores indignados optaram por uma ação drástica, fechando o portão principal da empresa com corrente e cadeado.
O impasse salarial perdura há cinco meses, agravando-se em janeiro sem perspectiva de regularização dos pagamentos. Diante dessa conjuntura, cerca de 600 funcionários, representando a totalidade da equipe da SJT, decidiram manifestar-se contra a persistente falta de remuneração.
Adilson Bevilaqua, sócio-proprietário da SJT, expressou sua insatisfação com a atitude dos colaboradores, alegando que a empresa enfrenta dificuldades financeiras. "Não acho certo meus colaboradores, junto com o sindicato, nos deixarem presos aqui", reclamou, assegurando que está em negociações com instituições bancárias para superar a crise econômica.
De camiseta laranja, o presidente do Seesvig/MS (Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança de MS) | Créditos: Alex Machado
Contudo, as justificativas de Bevilaqua foram recebidas com ceticismo. Celso Adriano Gomes da Rocha, presidente do SEESVIG/MS (Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança de MS), negou qualquer forma de cárcere privado. "É apenas uma forma de manifestação pacífica, pois ninguém está preso. Eles podem sair pelo portãozinho", explicou, apontando para uma saída lateral desimpedida.
Os funcionários da SJT desempenham serviços de segurança em empresas de grande porte na capital e em órgãos públicos federais, incluindo a Receita Federal, Funasa e Ministério Público Federal. Paulo Ricardo Rocha, um dos manifestantes, expressou sua indignação, classificando a situação como humilhante. "Não deveríamos estar aqui, pois é um direito recebermos nossos salários, trabalhamos corretamente", protestou.
Rocha detalhou que, embora tenha seguido uma rotina de 12 horas de trabalho com 36 horas de folga por quatro anos sem problemas de pagamento, a situação mudou drasticamente em 2023. "Começaram atrasando, mas agora nem prazo para pagar nos dão".
O proprietário da SJT confirmou a incerteza financeira, argumentando que a folha de pagamento dos vigilantes atinge R$ 1 milhão. Após o protesto, o grupo deixou a sede da SJT Vigilância, com a promessa de retornar caso os salários não sejam pagos até o dia seguinte. A incerteza persiste entre os funcionários, que exigem uma solução imediata para o problema dos salários atrasados. Em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, mais de 60 funcionários enfrentam a mesma situação em diversos órgãos.