Funcionária do Detran busca medidas para retornar ao trabalho após denunciar assédio

Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) | Créditos: Rachid Waqued

Uma servidora do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS) está buscando medidas para retornar ao trabalho depois de ter denunciado um caso de assédio sexual envolvendo seu chefe. A mulher, de 30 anos, encontra-se afastada desde 19 de fevereiro, quando registrou um boletim de ocorrência contra seu superior imediato. Entretanto, até o momento, ela afirma que pouco avançou em relação ao caso e tem enfrentado sérias dificuldades, incluindo problemas de saúde mental.

Vivendo com medo e reclusão desde que fez a denúncia, a servidora descreve sua angústia ao relatar que se sente perseguida em todos os lugares que frequenta, temendo até mesmo sair sozinha na rua. Apesar do sofrimento, ela tem tentado proteger sua família, optando por não compartilhar todos os detalhes do incidente.

Atualmente, existem três investigações em andamento: uma conduzida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), outra pela Corregedoria da Polícia e a terceira pelo próprio Detran. No entanto, o advogado da vítima enfrenta obstáculos para acessar o procedimento administrativo do Detran, o que dificulta a defesa da servidora.

Para que se sinta segura ao retomar suas atividades laborais, a vítima e seu advogado aguardam a liberação de uma medida protetiva, baseada na Lei Maria da Penha, que visa garantir proteção física, psicológica, financeira e psiquiátrica às mulheres vítimas de violência. No entanto, a delegada responsável pelo caso parece relutar em aplicar tal medida, o que tem gerado frustração para a equipe jurídica da servidora.

O advogado relata que o assédio foi uma forma de "tortura psicológica" que durou seis meses, começando com elogios e avançando para gestos mais íntimos, tanto dentro quanto fora do ambiente de trabalho. Apesar da falta de provas materiais após o furto de seu celular, a Justiça está considerando outras evidências, reconhecendo a natureza insidiosa do assédio sexual, que muitas vezes deixa poucos vestígios tangíveis.

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