Frigoríficos brasileiros suspendem venda de carne para o Carrefour após anúncio de boicote na França

| Créditos: Bloomberg/Michael Ciaglo

Em resposta à decisão do Carrefour França de boicotar carne do Mercosul, frigoríficos brasileiros, incluindo a JBS e a Masterboi, suspenderam o fornecimento de carne à rede.

A decisão do Carrefour França de não comercializar carne do Mercosul, anunciada na última quarta-feira (20) pelo CEO global Alexandre Bompard, gerou forte reação no Brasil.  Frigoríficos como a JBS (Friboi) e a Masterboi suspenderam o fornecimento de carne para a rede no país.

A medida, que visa proteger os agricultores franceses, foi tomada após pressão de sindicatos e  justificada por Bompard como uma forma de atender às preocupações ambientais e normas mais rigorosas da Europa.

Em resposta,  44 associações do agronegócio brasileiro assinaram uma carta aberta a Bompard, criticando a decisão e defendendo a qualidade e sustentabilidade da carne brasileira. O documento destaca o avanço da pecuária nacional nas últimas décadas, com aumento da produtividade e redução da área de pastagem.

"Se uma carne brasileira não serve para abastecer o Carrefour na França, é difícil entender como ela poderia ser considerada adequada para abastecer qualquer outro mercado", afirma a carta.

O setor teme que o boicote se propague para outros países europeus, gerando perdas para pecuaristas e empresas brasileiras.  A suspensão das vendas de carne ao Carrefour é vista como uma forma de pressionar a rede a rever sua posição.

Além dos frigoríficos, outras empresas do setor, como as de frango e suínos, também estão revendo seu relacionamento com o Carrefour, com alguns casos de atraso e suspensão de fornecimento.

O Carrefour Brasil, que também controla a rede Atacadão, nega que haja desabastecimento em suas lojas.  "A comercialização do produto ocorre normalmente nas lojas. Nenhuma loja está desabastecida", afirmou em nota.

A polêmica se estende para além do setor agropecuário, com entidades como a Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo) pedindo boicote ao Carrefour.

O caso aumenta a pressão sobre o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que enfrenta resistência da França.

*Informações da Folhapress 

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