A Terra Indígena Kadiwéu, localizada no Pantanal de Mato Grosso do Sul, em Porto Murtinho, enfrenta uma grave crise ambiental, com mais de 68% de seu território ancestral sendo consumido por incêndios ao longo deste ano. Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), cerca de 368 mil hectares foram destruídos pelo fogo na área.

Brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) trabalham continuamente para controlar os incêndios. Nas últimas 48 horas, 180 focos de calor foram registrados em todo o estado de Mato Grosso do Sul, aumentando a gravidade da situação.

O impacto nas Terras Indígenas do Pantanal é significativo, com 371 mil hectares atingidos pelas chamas, sendo a maior parte na Terra Indígena Kadiwéu, que responde por 98% da área devastada.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) informou que mais de 950 profissionais, juntamente com aeronaves, embarcações e veículos pesados, estão mobilizados na "Operação Pantanal" para combater os incêndios que já duram mais de três meses, afetando 2,5 milhões de hectares do bioma. Esse número equivale a mais de 16% de toda a área pantaneira no Brasil.

A Terra Indígena Kadiwéu é lar para 1.697 indígenas das etnias Kadiwéu, Kinikinau e Terena, em uma área de 539 mil hectares homologados. O foco mais recente e intenso de incêndio foi detectado no dia 25 de agosto, conforme informações apuradas pelo g1. Desde então, cerca de 70 brigadistas foram enviados à região, sem previsão de término das operações.

Márcio Yule, chefe da brigada no local, afirmou que a situação está sob controle, mas exige esforços contínuos. "Não está fora de controle. Temos 70 brigadistas empregados na região. O reforço chegou há duas semanas, mas durante essa operação outros brigadistas já foram empregados na Terra Indígena", explicou.

Fonte: G1MS