O empresário João Amorim, sua sócia Elza Cristina Araújo dos Santos e suas três filhas – Ana Paula, Ana Lúcia e Renata Amorim – estão no centro de uma ação judicial que investiga a ocultação de R$ 33,8 milhões provenientes de desvios de recursos públicos na compra de duas fazendas. Nesta segunda-feira (27), foi publicado um despacho da juíza substituta Júlia Cavalcante Silva Barbosa, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, que negou diversos pedidos da defesa, incluindo a indicação excessiva de testemunhas e a suspensão do processo.

A família Amorim e a sócia buscavam adiar o julgamento, que já se estende por oito anos, solicitando o encaminhamento da denúncia para a 5ª Vara Federal e a suspensão do processo até o julgamento de sete crimes antecedentes, que incluem desvios em obras públicas como as da MS-040 e da BR-359. No entanto, a juíza rejeitou tais requerimentos, destacando a importância da urbanidade e tecnicismo jurídico no processo.

Esta não é a primeira vez que o caso passa por reviravoltas no sistema judicial. Anteriormente, a denúncia havia sido anulada pelo juiz titular da 3ª Vara Federal, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, sob suspeita, mas foi retomada após nova avaliação pela magistrada substituta.

Júlia Cavalcante enfatizou que a quantidade de testemunhas propostas pela defesa, que chegava a 260 para Elza Cristina e 259 para João Amorim, excedia os limites legais. Diante disso, determinou que cada réu limite-se a oito testemunhas, como previsto na legislação.

Além disso, a juíza negou o pedido de suspensão do processamento da lavagem de dinheiro e da realização de perícia nas obras públicas relacionadas aos crimes antecedentes, mantendo o andamento do processo conforme a denúncia inicial.

O julgamento será conduzido de forma virtual, após a indicação das testemunhas de defesa, e os réus deverão limitar suas indicações a um total de 40 testemunhas.

Com informações de Osvaldo Bitencourt.