Ex-diretor da Agereg critica efetividade de acordo para transporte público

| Créditos: Foto: Osmar Veiga


O ex-diretor-presidente da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), Vinícius Leite Campos, afirmou que o TAG (Termo de Ajustamento de Gestão), firmado em 2019 para tentar corrigir falhas na concessão, não teria efetividade. A declaração foi durante sua oitiva CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal, na tarde desta segunda-feira (26).

“Pode ser feito os TAGs que for, não vai melhorar, não vai ter ônibus com ar-condicionado”, declarou, em resposta à vereadora Ana Portela (PL), que questionou a participação dele e da agência na elaboração do acordo.

Vinícius também citou como exemplo o sistema de transporte de Salvador (BA), na gestão de Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto (União Brasil). Segundo ele, lá foi aberta uma nova licitação e não apareceu nenhuma empresa interessada. Ele avalia que Campo Grande pode enfrentar o mesmo problema se seguir pelo mesmo caminho.


O ex-diretor revelou ainda que buscou alternativas, inclusive conhecendo o modelo de transporte coletivo de Goiânia (GO), que, segundo ele, poderia servir como referência para Campo Grande. No entanto, alegou que não conseguiu avançar com as propostas em razão da pandemia e da falta de prioridade do Executivo na época. “O prefeito não tinha cabeça para cuidar disso”, afirmou.

A vereadora Ana Portela se mostrou insatisfeita com as respostas, assim como com as justificativas de outros ex-diretores ouvidos pela CPI, que têm adotado o discurso de que “fizeram o que podiam” e que “não havia muito a ser feito”.

Vinícius também citou que havia demandas internas da Agereg que dependiam da chamada Matriz OD (Origem-Destino), que, segundo ele, nunca foi entregue, comprometendo a análise técnica da agência. A Matriz OD é ferramenta fundamental para planejar e monitorar o transporte coletivo, pois mapeia os fluxos de deslocamento da população.

Termo de Ajustamento de Gestão - O TAG foi mediado pelo TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), como uma tentativa de corrigir falhas na gestão do sistema em Campo Grande. O acordo previa 18 cláusulas, com foco no reequilíbrio econômico-financeiro da concessão, melhorias no serviço e cumprimento de obrigações tanto pela Prefeitura quanto pelo Consórcio Guaicurus.


No entanto, dois anos depois, apenas cinco cláusulas haviam sido cumpridas, levando o TCE a cobrar soluções conjuntas entre as partes para evitar agravamento da crise no transporte.

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