A Europa tem acelerado investimentos em defesa após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, e de seu vice, J. D. Vance, indicando que o continente deve assumir maior responsabilidade por sua segurança. Os EUA atualmente custeiam 64% das despesas da Otan, enquanto os países europeus cobrem 36%.

A Alemanha anunciou um aumento significativo nos gastos militares. O chanceler eleito Friedrich Merz defendeu a necessidade de reduzir a dependência dos EUA e propôs um fundo de 500 bilhões de euros para infraestrutura e defesa, flexibilizando regras fiscais para viabilizar os investimentos.

Na França, o presidente Emmanuel Macron reforçou o compromisso com a Otan, mas defendeu maior autonomia europeia e sugeriu abrir o debate sobre o compartilhamento da dissuasão nuclear francesa com outros países do continente. Ele propôs elevar os gastos militares para até 3,5% do PIB.

O Reino Unido, por sua vez, anunciou o aumento da participação da defesa no PIB para 2,6% até 2027. O premiê Keir Starmer decidiu financiar o reforço militar com cortes no orçamento de ajuda humanitária externa, medida que gerou críticas de instituições de caridade.

Os anúncios refletem uma mudança na estratégia europeia em meio à guerra na Ucrânia e à redução do apoio militar e financeiro de Washington.

Fonte: BBC