“Enquanto a Justiça Fecha os Olhos, a Morte Assume o Volante”
- porAlcina Reis
- 16 de Fevereiro / 2025
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| Créditos: Reprodução/Redes Sociais
Danielle Correa de Oliveira, 41 anos, morreu atropelada na manhã deste sábado (15), na MS-010, saída para Rochedinho. O motorista? João Vitor Fonseca Vilela, 22 anos, estudante de medicina. Testemunhas dizem que ele estava bêbado. Dentro do carro, latas e garrafas de cerveja. Um cenário já conhecido, uma tragédia anunciada.
E o que acontece agora? Amigos e familiares clamam por justiça, protestam no Fórum de Campo Grande, pedem que ele fique preso. Mas será que ficará? Ou será que mais uma vez a impunidade vai prevalecer?
Campo Grande já assistiu a esse filme. Em 2017, outro estudante de medicina, João Pedro da Silva Miranda Jorge, então com 24 anos, matou Carolina Albuquerque Machado, bacharel em Direito. O filho dela, de três anos, estava no carro. Três anos depois, o mesmo João Pedro foi preso novamente, bêbado ao volante, depois de bater em outro carro. Um ciclo de irresponsabilidade e permissividade.
A pergunta que fica é: até quando?
Até quando a justiça será cega para os crimes cometidos por quem deveria entender a importância de salvar vidas? Até quando motoristas embriagados continuarão saindo ilesos, prontos para repetir a irresponsabilidade? Até quando o luto das famílias será tratado como estatística?
Quando um juiz concede liberdade a alguém que dirige embriagado e mata, ele assume o risco de que o próximo atropelado seja alguém da sua própria família. A permissividade transforma cada esquina em uma roleta russa. E se hoje não somos nós que choramos, amanhã pode ser.
A lei é clara, mas a aplicação... A embriaguez ao volante é crime, mas as penas parecem não assustar os infratores. A fiança, muitas vezes, se torna um salvo-conduto para a irresponsabilidade. É preciso endurecer as leis, aumentar a fiscalização, punir com rigor exemplar quem coloca a vida dos outros em risco.
Que a morte de Danielle não seja em vão. Que sua história sirva de alerta, que sua dor impulsione a mudança. Que Campo Grande se una em um clamor por justiça, por um trânsito mais seguro, por um futuro onde a vida seja mais valiosa que um copo de cerveja.
Justiça que não pune é justiça que incentiva. Acorda, povo! Chega de impunidade!
Que o volante não seja arma. Que a justiça não seja omissa.
Por Alcina Reis