Emendas parlamentares: “Setores do Senado não estão satisfeitos com tratativas”, diz Nelsinho Trad

| Créditos: Reprodução/SBT

A liberação de emendas parlamentares criou atritos entre o governo federal e as duas casas do Congresso Nacional. Além da polêmica pública do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), alguns setores do Senado estão insatisfeitos com as tratativas com o Planalto.

Em entrevista à jornalista do SBT Soane Guerreiro, durante o Perspectivas desta quinta-feira (18), o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) afirmou que o atraso na liberação das emendas parlamentares gera problemas até na relação dos senadores com as bases estaduais.

“Existem alguns setores dentro do Senado que não estão satisfeitos com as tratativas, os encaminhamentos de obrigações que são legais, republicanas, legítimas por parte dos parlamentares com os estados e as cidades que você representa. Porque do mesmo jeito que isso não acontece lá, vem as reclamações em cima da gente de quem te demandou, e tem hora que não sabe nem o que falar. Isso precisa ser repactuado, reorganizado, andar mais de forma célere, porque faz parte da relação de todo esse contexto, dessa engrenagem da relação entre os poderes”, analisou.

Parlamentares ouvidos pela reportagem confirmam que o governo tem retardado o avanço nesse tema, o que gera problemas na articulação com a base. Neste cenário, o Planalto pode ter problemas no Congresso com as pautas mais difíceis, tais como a PEC do Quinquênio, que pode representar aumento nos gastos com bônus para servidores.

Mesmo com os atritos, o governo devolveu o poder de liberar emendas parlamentares a Alexandre Padilha, através de uma portaria interministerial, publicada na última sexta-feira (12). Antes disso, o Congresso negociava diretamente com os ministérios correspondentes a cada demanda.

Apesar das insatisfações, Nelsinho Trad considera que a relação do Planalto com o Senado não está estremecida. Ele enxerga até que Lira superou os problemas que teve com Padilha, ministro que foi chamado de “incompetente” pelo presidente da Câmara.

“Política tem como parte a divergência, o embate, o contraditório, mas você nunca pode perder o respeito. Até para ser contra, tem que ser educado, e respeitado. Tanto para quem recebeu o não, quanto para quem deu. A partir do momento que essa relação for franca, verdadeira, as coisas fluem com civilidade”, constatou Nelsinho.

Ao longo deste ano, até o dia 15 de abril, o governo já pagou R$ 2,52 bilhões para emendas parlamentares. O valor autorizado no orçamento de 2024 para este tipo de liberação totaliza R$ 44,67 bilhões.

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