Em meio a suspeitas de fraude em licitações, empresa vinculada ao ex-líder da Minerworld é alvo de operação

| Créditos: Divulgação/ Polícia Civil

Uma operação conduzida pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) foi desencadeada nesta sexta-feira (26), tendo como alvo a GTX Construtora e Serviços Ltda, empresa ligada a Ivan Félix de Lima, ex-líder da Minerworld. A investigação aponta para possíveis irregularidades em contratos de asfaltamento na cidade de Bataguassu, onde a GTX teria auferido mais de R$ 5 milhões em lucros.

De acordo com as informações obtidas, a obra, que teve início no começo de 2022, ainda não foi concluída. Além das questões contratuais, a operação também revelou indícios de fraudes relacionadas à extração de terra utilizada na empreitada. A GTX teria realizado escavações em uma jazida irregular, localizada em propriedade privada próxima ao local da obra, em vez de utilizar uma fonte de terra regular situada na mesma cidade. Isso teria resultado em um superfaturamento de aproximadamente R$ 728.544,65.

Outro ponto destacado nas investigações foi a cobrança indevida pelo transporte do material extraído, com a empresa alegadamente faturando por serviços não prestados, já que a distância real da fonte de terra era superior a 20 quilômetros do local de uso.

Além das ações de busca, as autoridades também determinaram o bloqueio de valores nas contas bancárias dos investigados, bem como restringiram o uso de veículos pertencentes à empresa e aos seus representantes, com o intuito de evitar a dissipação de patrimônio.

Não é a primeira vez que a GTX e seu sócio-proprietário, Ivan Félix de Lima, são alvo de investigações. Em 2018, Ivan esteve envolvido em uma operação conduzida pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), denominada Pregão, que investigava suspeitas de fraudes em licitações, com a GTX sendo uma das empresas sob escrutínio. Embora tenha sido alvo naquela ocasião, a empresa venceu o processo e foi excluída da ação, segundo relatos de sua representante legal.

Após a Operação Pregão, a GTX enfrentou restrições para contratar com o setor público e teve seus bens bloqueados, porém, em 2021, teve seus direitos restabelecidos.

As investigações em curso revelam um histórico de problemas que vão além das questões contratuais, incluindo o envolvimento anterior do sócio-proprietário da GTX em um esquema de pirâmide financeira relacionado à Minerworld. Em abril de 2018, uma operação conduzida pelo Gaeco desvendou o esquema, que utilizava a mineração de criptomoedas para lesar investidores. Os desdobramentos legais desse caso ainda estão em andamento.

O pedido de ação contra a Minerworld visa a nulidade dos contratos, a reparação dos danos e compensações financeiras tanto para consumidores lesados quanto para o Fundo Estadual de Defesa do Consumidor. A empresa em questão alega ter sido vítima de fraudes perpetradas por terceiros, reforçando sua versão de que não possui envolvimento direto nas atividades ilícitas investigadas.

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