Em lançamento de programa de crédito, Lula anuncia mais 1,2 milhão de alunos no Pé-de-Meia

| Créditos: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (22) que editou uma medida provisória sobre o Pé-de-Meia, programa financeiro-educacional que prevê destinar até R$ 9.200 por ano como incentivo para que alunos de baixa renda concluam a educação básica. A novidade anunciada foi que a iniciativa passará a contemplar a lista do CadÚnico (Cadastro Único) e não mais a do Bolsa Família. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os valores envolvidos nessa ampliação são cerca de R$ 3 bilhões, por ano.

'Você terá da Presidência da República tudo aquilo que for necessário', diz Lula a Tarcísio
Lula anuncia institutos federais na Cidade de Deus e no Complexo da Maré, comunidades do Rio
Lula anuncia 100 novos campi de institutos federais pelo país, com criação de 140 mil vagas
“Nessa MP está incluído um aumento de pessoas do programa Pé-de-Meia. Quando nós anunciamos, a linha de corte era o cadastro do Bolsa Família, e ficou de fora o cadastro do CadÚnico. Então agora resolvemos aumentar e colocar a linha de corte no Cad e vai entrar, parece, 1,2 milhão de meninos e meninas no Pé-de-Meia”, disse Lula.
As declarações de Lula ocorreram no Palácio do Planalto, em Brasília, durante anúncio do Acredita, programa de reestruturação do mercado de crédito no Brasil com quatro eixos. A medida de ampliação de beneficiados do Pé-de-Meia será incluída na medida provisória do Acredita, apesar de não ter relação com as demais ações.

“O primeiro (Acredita no Primeiro Passo) é um programa de microcrédito para inscritos no CadÚnico. O segundo (Acredita no seu negócio) é voltado às empresas, por meio do Desenrola Pequenos Negócios e Procred 360. Há ainda uma frente que visa a criação do mercado secundário para crédito imobiliário. Por último, a aposta no Eco Invest Brasil - Proteção Cambial para Investimentos Verdes”, informou o Planalto.

Lula disse que empresários têm dificuldade de falar bem do governo. “Você faz uma reunião, pode atender 99% da pauta, quando eles saírem e a imprensa perguntar como foi, [vão responder que] ainda não é suficiente. E vale para os trabalhadores”, destacou.

O presidente afirmou que não quer um país que “eternamente dependa de um Bolsa Família, de um vale-gás”. “Enquanto a gente estiver dependendo disso, a sociedade não será uma sociedade de classe média, que esse programa [de acesso ao crédito e renegociação de dívida] dá um pontapé extraordinário.”

O presidente da República cobrou que ministros dialoguem com o Congresso Nacional. “O [Geraldo] Alckmin tem que ser mais ágil, tem que conversar mais. O Fernando Haddad tem que, ao invés de ler um livro, perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington [Dias], o Rui Costa, passar maior parte do tempo conversando com bancada A, com bancada B”, afirmou.

Programa
O Pé-de-Meia foi lançado pelo governo neste ano, tendo a primeira parcela paga em março. O programa prevê incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento, e depósitos de R$ 1.000 ao final de cada ano concluído — esses recursos só poderão ser retirados da poupança após a conclusão do ano letivo.

Considerando as dez parcelas, os depósitos anuais e o adicional de R$ 200 pela participação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), os valores podem chegar a R$ 9.200 por aluno. Segundo o MEC, o incentivo será creditado em contas digitais abertas automaticamente pela Caixa Econômica Federal em nome dos estudantes. Uma das regras a partir de agora é que o beneficiário precisa estar na lista do Cadastro Único.

O incentivo é pago apenas uma vez ao ano, ainda que o estudante faça transferência de matrícula entre escolas ou redes de ensino no mesmo ano letivo. O aluno que abandonou a escola e voltou a estudar ou que foi reprovado naquela série terá direito ao incentivo da respectiva série apenas mais uma vez, durante o período de permanência no ensino médio, esclarece o MEC.

Compartilhe: