Dupla condenada por crime em lava a jato está foragida
- porRedação
- 20 de Fevereiro / 2024
- Leitura: em 6 segundos

Thiago Giovanni Demarco Sena, 27, e William Enrique Larrea, 37, durante julgamento | Créditos: Marcos Maluf
Após a expedição de mandados de prisão, Thiago Giovanni Demarco Sena, de 26 anos, e William Enrique Larrea, de 36, acusados de homicídio contra Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, em um lava a jato seis anos atrás, estão atualmente foragidos. Até a manhã desta terça-feira (20), nenhum dos dois se apresentou às autoridades, conforme informado pela Polícia Civil.
Os indivíduos foram considerados culpados em um julgamento que se estendeu por 12 horas em março do ano passado. Sentenciados a 12 anos de prisão, eles deixaram o Fórum de Campo Grande pela porta principal, beneficiados pelo direito de recorrer em liberdade. Entretanto, em 12 de dezembro, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou os recursos para anulação do julgamento, resultando na determinação de prisão diante da sentença condenatória transitada em julgado.
Os mandados de prisão foram emitidos pelo juiz Carlos Alberto Garcete na sexta-feira, dia 16, por volta das 18h52. Contudo, até o momento, Thiago e William não se apresentaram, sendo, portanto, considerados foragidos pela polícia.
Em declarações à imprensa, o advogado de Thiago Sena, Wesley Holanda Roriz, optou por não divulgar informações sobre a possível entrega de seu cliente, mencionando que estão analisando todas as circunstâncias do caso com o apenado e seus familiares. Da mesma forma, o advogado de William Enrique, João Carlos Ocáriz, comunicou que a família foi informada sobre o mandado de prisão e afirmou que seu cliente se apresentará às autoridades em breve, ressaltando que ambos sempre estiveram dispostos a colaborar com a justiça.
O julgamento que resultou na condenação dos acusados foi marcado por intensas emoções, especialmente por parte de Marisilva Moreira, mãe do adolescente falecido, que se emocionou profundamente durante as sessões e precisou de apoio dos familiares ao ouvir a leitura da sentença. Wesner Moreira faleceu em fevereiro de 2017, após sofrer graves lesões internas causadas pela introdução de uma mangueira de compressão em seu ânus durante o trabalho em um lava a jato, o que resultou em hemorragia grave e parada cardiorrespiratória.
Durante o processo judicial, as defesas de Thiago e William argumentaram que o incidente foi uma "brincadeira de mau gosto" e que não houve intenção de ferir ou matar Wesner. No entanto, a acusação, representada por um trio de promotores, convenceu o júri de seis homens e uma mulher sobre a culpabilidade dos réus por homicídio qualificado pelo dolo eventual e recurso que dificultou a defesa da vítima, levando à condenação dos acusados.
Wesner morreu aos 17 anos após sofrer hemorragia seguida de parada cardiorrespiratória | Créditos: Arquivo de família