A concessão da Rota da Celulose, conjunto de rodovias na região leste de Mato Grosso do Sul, enfrenta impasse que pode resultar em judicialização e atrasar o andamento do projeto. A XP Infra Fundo de Investimentos, segunda colocada no leilão, questiona a participação do consórcio vencedor, formado pela K-Infra e Galápagos Participações, devido à expulsão da K-Infra de uma concessão federal no Rio de Janeiro, motivada por irregularidades e multas milionárias aplicadas pela ANTT.

Atualmente, o processo está suspenso para a realização de diligências pela Comissão Especial do Leilão, que deve concluir a análise até o fim de julho. Enquanto isso, a assinatura do contrato, prevista para julho, fica incerta. A advogada Luciane Palhano, especialista em licitações, avalia que, independentemente do desfecho das investigações, a disputa deve ser levada ao Judiciário, o que pode congelar o projeto por tempo indeterminado.

Ela destaca que a suspensão da licitação pelo governo do Estado foi adequada para garantir maior segurança no processo, evitando decisões precipitadas. Caso haja recurso judicial, a continuidade do leilão dependerá da decisão do juiz, que pode suspender a assinatura do contrato até a resolução definitiva da disputa.

O contrato prevê investimentos de cerca de R$ 10 bilhões ao longo de 30 anos, abrangendo 870,3 quilômetros das rodovias estaduais MS-040, MS-338, MS-395 e das BRs 267 e 262, essenciais para o escoamento da produção local.