Disputa acirrada por espaço no Camelódromo de Campo Grande

| Créditos: Nathalia Alcântara/Midiamax

Um embate judicial tenso tem sido travado no Camelódromo de Campo Grande, onde a posse do Box 3 tornou-se o centro de uma verdadeira "novela" entre os comerciantes locais. Rodrigo dos Santos Ferreira, um lojista com 14 anos de experiência no local, se vê agora ameaçado de perder seu ponto de venda após receber uma nova intimação de reintegração de posse, com o prazo exíguo de 48 horas para desocupar o espaço.

A contenda tem suas raízes na morte da titular da concessão do espaço, ocorrida em 2021, desencadeando uma batalha complexa envolvendo outros postulantes e a Prefeitura de Campo Grande, responsável pela regulamentação das atividades no camelódromo. Conforme a legislação municipal, é proibida a venda ou transferência irregular dos pontos, e os permissionários são obrigados a pagar uma outorga mensal à prefeitura para manterem-se ocupando os espaços.

Ao longo de seus 14 anos de trabalho, Rodrigo sempre honrou suas obrigações, repassando pontualmente os valores à titular da concessão. Seu box, especializado na venda de bonés e camisetas estilizados, representa não apenas seu ganha-pão, mas também o sustento de sua família. "Toda a mercadoria é minha, meu ganha-pão, meu sustento. Meus filhos, de 10 e 14 anos, cresceram aqui, crescem com a força do meu trabalho", desabafa.

A pressão sobre Rodrigo aumentou ainda mais com uma nova notificação verbal emitida pela equipe da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), ordenando-lhe que desocupe o espaço e retire sua mercadoria sob pena de apreensão. Enquanto luta para permanecer no local, Rodrigo tem buscado apoio, tendo conseguido mais de 200 assinaturas em um abaixo-assinado em defesa de sua causa. No entanto, seus esforços parecem encontrar resistência nos órgãos competentes.

Além da batalha contra a prefeitura, Rodrigo enfrenta oposição de terceiros na disputa pelo box. Entre os rivais, destacam-se uma suposta cuidadora da idosa concessionária original e um comerciante cadeirante que tentou obter a vaga utilizando a prerrogativa de destinação para Pessoa com Deficiência (PcD), ambos tendo seus pleitos negados.

Narciso Soares, presidente do Camelódromo de Campo Grande e da Associação de Vendedores, lamenta a falta de resposta por parte da Semadur, apesar dos esforços empreendidos para auxiliar Rodrigo. A incerteza paira sobre o futuro do lojista, enquanto se aguarda uma decisão final, e a reportagem busca respostas junto à prefeitura para esclarecer o impasse.

Com informações do Midiamax

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