Um detento da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira 2, identificado pelo apelido "Cabeça", revelou um plano do Comando Vermelho para atacar policiais penais. A informação foi registrada em boletim de ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, após "Cabeça" anunciar sua desvinculação da organização criminosa.

De acordo com o detento, a motivação para os ataques seria retaliação às recentes operações policiais que prejudicaram os interesses da facção no estado. Tais operações resultaram em apreensões de bilhetes, bebidas artesanais ilegais, conhecidas como "choca", e outras infrações dentro da prisão.

O plano detalhado por "Cabeça" inclui ataques coordenados para demonstrar o poder do Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul. A facção dispõe de armamento significativo, como fuzis AR15, pistolas 9mm, revólveres calibre 38 e um equipamento Stinger de longo alcance. Criminosos experientes do Rio de Janeiro estão sendo aguardados para executar os ataques.

Além dos ataques, a facção planeja reivindicar melhorias nas condições carcerárias, expandir suas operações ilícitas, recrutar novos membros através de rituais de "batismo" e exigir transferências estratégicas de integrantes, incluindo o líder "Coqueirinho", originário de Mato Grosso.

"Cabeça" também informou que qualquer ação precisa da aprovação do Comando Vermelho de Mato Grosso, ao qual a facção de Mato Grosso do Sul está subordinada. Caso essa autorização não seja concedida, o grupo pode buscar apoio no "Comando dos 13", localizado na penitenciária de Bangu, no Rio de Janeiro.

As comunicações da facção são intermediadas por um advogado conhecido como "Cabeça Branca", responsável por gerenciar contatos externos, incluindo tráfico de drogas, pagamentos e coordenação com outros estados. Uma casa de apoio próxima ao condomínio "Alphaville" é utilizada para hospedar membros do Comando Vermelho durante operações em Mato Grosso do Sul.