Desigualdade salarial em Mato Grosso do Sul: Mulheres recebem 67% menos que homens

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Um recente levantamento revelou que Mato Grosso do Sul figura entre os estados brasileiros com uma das maiores disparidades salariais entre homens e mulheres. O estudo inédito, intitulado 1º Relatório de Transparência Salarial com recorte de gênero, apresentado conjuntamente pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério das Mulheres nesta segunda-feira (25), aponta que a diferença salarial chega a alarmantes 67,4% no estado.

Analisando dados de 580 empresas no estado, o relatório revela que enquanto a média salarial total é de R$ 3.508,40, a remuneração média das mulheres atinge apenas R$ 2.686,27, enquanto a dos homens é de R$ 3.985,26.

Além disso, o estudo também destaca disparidades salariais com base na raça. Mulheres negras, além de serem menos representadas nas empresas analisadas, enfrentam uma diferença salarial ainda maior. Enquanto a remuneração média das mulheres negras é de R$ 2.359,72, a das mulheres não negras atinge R$ 3.004,33. No caso dos homens, a média é de R$ 3.748,38 para os negros e R$ 4.272,38 para os não negros, representando uma diferença de 48,77%.

O estudo também investigou se as empresas têm políticas efetivas para promover a igualdade de gênero no local de trabalho, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade e outros critérios que favorecem a entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

**Desigualdade Salarial no Brasil: Mulheres Recebem 19,4% Menos que Homens**

Além dos dados específicos de Mato Grosso do Sul, o levantamento também revela um panorama nacional preocupante. No Brasil, as mulheres recebem em média 19,4% menos que os homens. O estudo analisou informações de 49.587 empresas com 100 ou mais funcionários, totalizando cerca de 17,7 milhões de empregados.

A exigência da Lei nº 14.611, que trata da Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2023, motivou as empresas a fornecerem os dados ao Ministério do Trabalho e Emprego.

O relatório revela que a disparidade salarial varia consideravelmente de acordo com o grupo ocupacional, alcançando 25,2% em cargos de dirigentes e gerentes.

No que diz respeito à disparidade salarial com base na raça, o estudo mostra que as mulheres negras recebem em média R$ 3.040,89, enquanto as mulheres não negras recebem R$ 4.552,45. Entre os homens, a média é de R$ 3.843,74 para os negros e R$ 5.718,40 para os não negros, representando uma diferença de 48,77%.

Além disso, o relatório também avalia as políticas das empresas para promover a igualdade de gênero e diversidade, revelando que enquanto algumas têm políticas de promoção e apoio às mulheres, como planos de cargos e salários e políticas de incentivo à contratação de mulheres negras, outras ainda têm um longo caminho a percorrer nesse sentido.

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