Desembargador afastado é investigado por transações suspeitas com carros de luxo e uso de dinheiro vivo
- porRedação
- 28 de Outubro / 2024
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Afastado pelo STJ, desembargador Alexandre Bastos é alvo da PF por suspeita de lavagem de dinheiro na compra de carros de luxo e jet ski.
O desembargador Alexandre Bastos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), afastado de suas funções pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), está sendo investigado pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro. A investigação aponta para a compra de diversos veículos de luxo, incluindo um Jaguar, uma Amarok V6, um Fiat Argo, um Tiggo 8 e um jet ski, com pagamentos em dinheiro em espécie e transações bancárias não identificadas.
A PF questiona a origem dos recursos utilizados nas compras, especialmente os pagamentos em dinheiro vivo, que somam mais de R$ 29 mil na compra do Jaguar, e a falta de registros de transações bancárias para a Amarok V6, avaliada em R$ 280 mil. Além disso, o desembargador não declarou à Receita Federal a compra do Fiat Argo e do Tiggo 8, adquiridos em 2023.
A investigação também apura a possível relação entre a compra dos veículos e a venda de sentenças, incluindo um caso envolvendo o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Osmar Jeronymo, afastado do cargo em outubro.
Outro ponto investigado é o recebimento de parte dos lucros do escritório de advocacia de sua filha, Camila Bastos, que se afastou do cargo de vice-presidente da OAB-MS após a deflagração da operação Ultima Ratio. A PF suspeita que o escritório fechava contratos com prefeituras e câmaras de vereadores, e as ações eram julgadas pelo próprio desembargador no TJ-MS.
As investigações tiveram início após a análise do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, que continha conversas sobre supostas vendas de sentenças envolvendo magistrados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Além de Alexandre Bastos, outros desembargadores do TJ-MS foram afastados: Sérgio Martins, Vladimir Abreu da Silva, Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues. O juiz Paulo Afonso de Oliveira e o conselheiro do TCE-MS Osmar Domingues Jeronymo também foram afastados. A PF investiga a evolução patrimonial dos suspeitos e a possível lavagem de dinheiro por meio de gado "fantasma", imóveis e empréstimos.